terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Foge-me o poema entre as mãos,
escapa-se escorregadio
por entre o tempo vazio,
vibrante de saudade,
quero escrever só o que for verdade,
abala sorrateiro
abandona o papel e o tinteiro,
a palavra saltita na minha frente,
esvoaçando de contente,
fere-me o pensamento,
avança uma vogal que não escrevo,
nego a verdade
eu sei a quem a devo,
o poema abandona a minha mão,
e deixa exausto o meu sôfrego desejo de te escrever com paixão...
Adelina Charneca
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