segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O dia sete...


O Dia Sete...
Sete amores,
sete vidas,
sete luas,
sete sóis,
sete dias...
sete... sete... sete,
é o numero que me vive na cabeça
persegue-me desde o dia em que nasci,
e eu pergunto?
mas porque é que não haveria de ser um oito(8)???
Um oito(8) seria muito mais consentâneo com a vida no momento,
acordava pela manhã e pensava, oito(8)
vivia por todo o dia e seria um redondinho oito(8),
anoitecia e dormia feita num oito(8),
assim toda a realidade seria muito mais verdade,
verdade do dizer,
verdade do fazer,
verdade do ser oito(8)...
De sete passaria a pensar como um oito(8)...
Sou uma mulher que às vezes sabe o que quer,
penso-me por breves momentos,
vejo-me completa e repleta de bons sentimentos.
Sou a mulher que sabendo o que quer,
continua sem ter...

(EU)
31-10-2011
21.30h

Gente...

Na minha frente vejo rostos desconhecidos mas em tudo parecidos ,
parecidos na luta ,nas tristezas,nas alegrias
rostos de sinais que o tempo amargou ,
vivem no presente que se esgotou,
na esperança de um futuro
que alguém anunciou.
Rostos de gente desconhecida ,gente que teima em sorrir ,
sorrisos abertos para além do sentir.
Alegro-me com tantos sorrisos em meu redor
transformo-os sem querer em centelha de amor,
teimosa sou eu que insisto na busca do ser ,
mesmo cansada de tanto viver ...
Consinto que me sorriam ,
façam-no por favor,
que é o melhor do meu dia
a hora que aquieta a minha alma vadia
Alma vadia cansada de querer
que deseja somente
outra alma colher...
(EU)
31-10-2011
18.30h

A montanha...e a cidade!!!

As montanhas secas do meu olhar esperam tempo fértil,
tempo de amar ,
tempo de esperar que o tempo faça e me desafie a ter tempo.
Quando subo e me esgoto na canseira da caminhada
janelas de vidros sujos se colocam a meu lado na subida enfraquecendo-me a vontade.
O meu olhar estende-se por montes e vales como se quisesse guardar todas as imagens que pouco a pouco vão surgindo ,
gente apressada aos tropeções e aos encontrões ziguezagueiam pelo caminho de encontro uns aos outros ,
olhos semicerrados virados para a montanha
sigo  na vagarosa subida e encontro o prazer do presente
que me aguarda no futuro .
A noite cai sobre a cidade,
centenas,milhares,milhões de luzinhas piscam na escuridão que se abate sobre a minha cabeça ,
não estou habituada a esta iluminação,
necessito de mais luz,
 imagino lá longe o voo dos melros e o piar das aves nocturnas
o voo do morcego ao anoitecer também me vem à memória ,
sinto de súbito uma vontade imensa de chegar ao meu destino !
Destino?
Mas afinal quem sabe onde é o meu destino?
Julgo sabê-lo ,
mas são tantas as duvidas que me assaltam o pensamento
que chego a ter duvidas deste meu desejo no momento,
e no momento sigo na escuridão que a cidade me dá ,
e a cidade sufoca o meu presente sem futuro.
Mais uma paragem,mais uma saída ,mais umas entradas e...mais,mais,mais...
E eu por aqui na cidade,sem sinais,
O mais absoluto silêncio,
levanta uma espécie de vidraça à minha volta ,
embaciada pela minha respiração assustada.
Apenas um pensamento...
Ser feliz na chegada!!!
(EU)
31-10-2011
17.30h

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Segredos

No jardim do olhar com que me cercas ouvem-se vozes de espanto e segredos de amor partilhados por entre a folhagem ferozmente açoitada pelo vento que se cruza soprando em todas as direcções.
Os recantos de mim visitados por ti ,onde te escondes e colhes constelações de estrelas de todas as galáxias e de todas as cores querem-te em floreiras e maciços de beijos e abraços de desertos da alma de te ser e de me ser...
(EU)
27-10-2011
00.00h

Lisboa sem ti...

Entrei em Lisboa e senti que Lisboa sem ti é pouco mais que uma cidade desmembrada,falta-lhe um amor sublime,um amor que a possui sempre e todas as vezes que percorre a sua calçada portuguesa torta de tanto ser pisada,tu que a amas e a descreves como tantos outros seus anteriores amantes já o fizeram,Lisboa tem este mistério de ser amada por séculos e séculos sempre com a mesma paixão que deixa louco de ciúmes o seu eterno namorado''o Tejo''.
O homem das castanhas já faz sentido as temperaturas amenas deram lugar à aragem fresca circulando pelas suas intermináveis ruas sempre apinhadas de gentes que a observam em cada pormenor,em cada porta ou cada janela,em cada monumento ou até nas gentes multirraciais que por lá circulam em qualquer bairro ou avenida pois Lisboa é assim deixa-se possuir por quem a ama e dá-se sempre com um brilho cheio de encanto e deslumbramento,mas...Lisboa sem ti fica muito vazia,fica uma Lisboa absolutamente nua de ser e de sentir.
Vem-me à memória um poema de O'neil ...
__Se uma gaivota viesse,
trazer-me o céu de Lisboa
Num desenho  que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma ave que não voa
 esmorece e cai no mar...etc...etc...
Sinto uma Lisboa com saudades,com despeito por ter sido deixada sem a tua companhia,sem a tua presença apaixonada e sempre à descoberta da sua misteriosa personalidade,e eu uno-me a ela nessa saudade e percorro estas ruas como se estivesses a meu lado e me levasses a conhecer cantinhos únicos e encantadores que só tu conheces e que descobres fascinada,pois quem é fascinante como tu sempre se deixa fascinar ...
(EU)
24-10-2011
17.30h

Da minha velha infância


(Reeditado)


(Ontem em viagem de comboio entre Azambuja e Sintra recordei e disse ao meu pequeno bloco de notas o que me ia na alma,ele escutou-me e sem correção aqui está o que lhe confidenciei)

Trago comigo os sabores e os cheiros das cozinhas do Alentejo,as carnes curadas cozinhadas em grandes panelas de um peso inusitado colocadas estratégicamente ao redor de um lume que ardia numa enorme chaminé,das ervas aromáticas do forno a lenha de onde vinha  um explêndido aroma a pão quente acabado de cozer sorvendo o azeite derramado sobre ele,o sabor das tibornas que comia sentada ao lume trago  muito do Alentejo  dentro de mim talvez um Alentejo que só existe no meu imaginário,mas é  o Alentejo da minha meninice aquele de que tenho saudades,aquele que podia ter sido e não foi,o Alentejo do mistério que ficará para sempre por desvendar.
Diria que é o meu Alentejo''meu''por ser fruto da minha imaginação(não por exacerbado bairrismo)...recordo ainda as paredes caiadas e a frescura que delas emanava,os cantes dos ranchos de gente trabalhadora cantando modas ao desafio escutadas  ao longe ora nos dourados  trigais ceifando as espigas  ora nos gélidos olivais apanhando a azeitona,sorvendo água do cocho refrescada em cantaros de barro ou chegando-se ao lume feito no chão para aquecer um pouco as pontas dos dedos que no contacto com a terra gelada cuidavam de congelar,o cantar dos passarinhos ou até o incitamento do homem à parelha que trabalhava a terra.O voo da águia sempre me encantou,julgo ser desde então que a invejo na sua altivez e possibilidade de se assenhoriar de todo o céu azul que por estas terras de sonho tem um azul muito mais acentuado.Trago ainda bem presente as cores e o monte da minha infância,aquele que 1º ficou marcado na minha memória e ainda hoje tantos objectivos depois continua bem vivo em mim,o Alentejo e a sua imensidão é o que mais me alargou os horizontes me fez este ser que não se contenta com olhares curtos e estreitos.
(EU)
01-09-2011

Chuvas de Outono

Águas revoltas de um  rio
que corre em mim sem parar
à deriva de me sentir,
correndo,
em golfadas que vão desaguar no mar
rápidas,
quase não me dando o ensejo de senti-las
devorando-me e diminuindo-me qual onda galgando a falésia
 levando-a consigo arrastada pelos cabelos de areia
soltos ao vento,
em nós de espuma de água salgada no meu olhar de esperança de te viver.
Em  comunhão com a vida
essa que te pôs no meu caminho ,
essa vida que despertou em mim fora de tempo
o crescer de um sentimento .
Como se folhas tardias em troncos secos pudessem dar frutos?!
(EU)
25-10-2011
16.00h

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Palavras em viagem...

Exausta de ter saudades parto à descoberta do futuro e percebo que não sou eu que vou ,é o pensamento que me leva até onde vai durar esta viagem ,não sei ninguém sabe também desconheço se tem volta e tendo o que fazer na chegada??
Estou chegando,o amanhã é já aí e o que terá ele de novo para me mostrar?
Aberta aos meus dias parto à descoberta do que fui  de quem sou hoje aqui e agora,no céu leio socalcos em flocos de nuvens prontas a transformarem-se em pequenas gotas de água para nos lavar até à alma arrancando  de nós toda a poeira acumulada por dias e dias de busca interminável do ser ou não ser...
__E o ser mostra-me que de mim já pouco é,este ser estranho que me toma e me quer levar na marcha da vida cansada de me viver.
Quero fazer do agora o momento mais supremo do viver,o top da minha vida;mas falta-me essência que ausência tenho demais,ando ausente dos sentidos à minha volta onde ecoam gemidos de dor,será que já deram pela falta de amor?
__Borbulhando no vento desfaço-me e perco-me polinizando aqui e ali como flor esquecida no seu canteiro...
Este ser pouco ou nada ortodoxo...sou eu!!!
(EU)
25-10-2011
16.00h

domingo, 23 de outubro de 2011

Sonhar e querer...

Sonhando  quero tudo,nada menos que isso é nada...
querendo posso tudo...
Posso sonhar que estou voando que poiso no cimo da árvore mais alta da densa floresta onde vivem os meus sentidos.
Posso até viajar no sonho e elevá-lo à condição de eterno viajante que viaja sem bilhete de ida e  volta,
contudo estou sempre  só no meu sonho que me deixa onde menos o desejo lá onde ele prefere estar no mais proibido e difícil de entender ,
nos lugares de mim e do meu subconsciente sonho
e...sonhando sinto-te e quero-te.
Um arrepio percorre todo o meu corpo as tuas mãos fortes e quentes palmilham cada milímetro da minha pele
beijas-me,e cada pedaço de mim estremece ao teu toque tão desejado,
levas-me ao céu e voltas comigo a terra depositando-te em mim
acalmas o meu desejo louco de ter-te e deixar-te extasiado de prazer em completa loucura dos sentidos a dois.
Estou exausta de te sonhar quase à beira da loucura de te desejar...
(EU)
23-10-2011
11.00h

sábado, 22 de outubro de 2011

Palavras ocas!!!

No papel sobre o qual me inclino fazem eco as minhas palavras ocas de te dizer de como te sinto falta
de como esta distância me mata
sufocando-me devagar como se ainda me quisesse trazer à lembrança o teu olhar por mais uma vez antes do suspiro final,mais uma vez  entre tantas que o recordo,esse jeito maroto de criança crescida de me olhar ou jeito guloso de homem maduro a me desejar...
As minhas palavras são vazias de contar todos os dias todas as horas minutos e segundos a que a distância nos obriga ,palavras vagas no meio da tempestade
que andam à deriva por um rio de saudade
que desagua num mar de angustia,à deriva de te viver,
de nos vivermos ,
em tempestade de abraços, beijos,sussurros e gemidos de dois loucos que se desejam em silêncio mais que a vida,amordaçada e nunca cumprida
de palavras que por ocas e vazias não têm som,
continuam no papel
esperando serem transformadas em amor de mel
 por isso...mata-me devagarinho,
olha-me com jeitinho e  beija-me com carinho antes que me esfume.
(EU)
22-10-2011
19.15h

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pedaço de mim!

Na sombra de um segredo
 vive um amor de desassossego
é um sentimento nascido  de luz e de penumbra,
se tu vens o sol brilha se não estás tudo é uma sombra,
quero em mim tanto de ti
gosto quando te aproximas
e me dizes ao ouvido coisas que só os dois sentimos
paralisas-me  os gestos
quando projectas a tua voz na minha direcção
e sem o saberes fazes estremecer todo o meu ser,
sem aviso
sem que consiga fazer algo...
quedam-se os gestos
fraqueja-me o ser
estremeço de frio
(EU)
20-10-2011
23.45h

O meu sol...

Seguro o sol na minha mão
tenho outras estrelas no meu espaço de acção.
Uma estrela de papel que guardo com ilusão
presa com um grande cordel
que chega em voo picado e me pousa no coração.
É uma estrela diferente que me ajuda e dá alento,
ela é minha,muito minha basta dizer-me bom dia
que logo faz sol num dia cinzento.
Temo que um dia se apague,a minha estrela de papel,
vou dar-lhe muita ternura embrulhada em flocos de mel.
De flores se enfeita um jardim
de estrelas se compõe o céu
de uma estrada de marfim
e de um amor que é só meu...
(EU)
20-10-2011
2300h

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Outono *

*****************************
Hoje o dia acordou e abriu os olhos de espanto ao ver o arvoredo todo em pose semi-nua,de seguida  penetrou na densa floresta onde raios de sol iam abrindo espaços de luz filtrada pelo folhedo que teimava em se manter agarrado aos galhos já meio secos ,o chão estava finalmente coberto pelas mais variadas folhas caídas durante o pequeno vendaval ocorrido  pela noite dentro ,sinal de que estava finalmente consumada a posse do Outono pelo seu espaço no calendário temporal, eu passeava devidamente abrigada com um confortável xaile que herdei de minha mãe  repentinamente  tive  um arrepio e senti um sopro mais forte ,percebi de imediato que de nada me servia o xaile de quadradinhos de croché,ia chover encontrava-me distante de casa o suficiente para depressa ficar molhada como um pintainho ''verde''pois era essa a cor do meu abrigo casual,foi quando de repente surgiu o meu cavaleiro andante(chamo-lhe assim deste então),alguém que eu nunca tinha visto nas redondezas e que me chamava insistentemente para dentro do seu automóvel,esqueci todas as recomendações familiares para  não falar com estranhos e...blá...blá...blá...entrei  rapidamente no automóvel apanhando ainda as primeiras  grossas gotas de água que desabavam  sobre a orla da floresta e que caíram certamente durante uma boa meia hora.
O ilustre desconhecido apresentou-se,o meu nome é ????,eu segui-lhe o exemplo  ...eu sou a ????,estava apresentada definitivamente aquele que viria a ser e que é o príncipe encantado que ainda hoje vive nos meus sonhos o que nunca se transformou em sapo por ser fruto da minha imaginação,''óbvio''.
Afundei-me dentro daquele olhar profundo e meigo,deixei-me ir por ali fora e quando finalmente chegámos ao local que lhe havia indicado algo distante de casa para o caso de alguém de lá me ver chegar a bordo do automóvel de um desconhecido não vir com o inevitável sermão,ainda hoje ninguém sabe que foi desta forma que conheci o ????,dizia eu que quando finalmente chegámos já sabíamos que desse dia em diante pouco tempo ou nenhum conseguiríamos ficar separados.
Em conjunto sonhamos sonhos que não passam pela cabeça do mais vulgar ser humano,gostamos de  deambular em longos passeios  na nossa densa floresta sobre o  tapete de  folhas outonais que se estende charmoso debaixo dos nossos pés,de vez em quando rola sobre as nossas cabeças unidas(muito unidas) uma ou outra  folha inconveniente,os raios de sol espreitam por entre os galhos despidos,o velho xaile repousa agora nas costas de um cadeirão junto à lareira ,enquanto o ainda mais velho automóvel descansa na garagem dos fundos da Quinta muito bem cuidado  todos os dias alvo de esmerada limpeza por parte do seu  proprietário,nós os dois eu e o ???? bem juntinhos à lareira do lar que fundamos em conjunto tomamos um copo de vinho enquanto tentamos sobreviver à paixão que nos avassala e arrebata sempre que nos deixamos perder no  olhar   e no terno abraço um do outro...
(EU)
19-10-2011
19.30h

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Eu có(s)mica...


Nasci na terra mas...
Sou do vento ,sou do ar
cheguei com sorrisos,sou feita de alento
venho de um jardim ,gosto de um abraço e...
estou aqui para amar
Também serei mar de ondas mansinhas
onde me afogo
serei um navio,
talvez uma estrela de olhos brilhantes
sou feita de fogo,
por vezes também sou feita de mel
serei uma abelha,pouso nas flores
colho-te,e tenho-te em jardins de papel.
Sou louca por fora,tranquila por dentro
gosto de vermelho,detesto o cinzento
Rio às gargalhadas se a conversa é boa
sou feita de pó,vestida de fada
sou eu na verdade nesta multidão
sentindo-me só,no meio do nada
(EU)
18-10-2011
07.30h

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Meu livro,meu companheiro...




O silêncio das palavras mansas de te dizer preenche os dias
que por aqui passam agonizantes sufocados pelo entardecer,
Outono da vida,
Outono temporal que agoniza em finais de tarde de cores quentes e adocicadas,
silenciosamente sinto os teus passos,
chegas e reclinas-te no dia que parte penso-te,
vejo-te e quero-te sempre por perto.
As palavras teimam em trazer-te até mim,
fazem-se de silenciosas caminhadas impregnadas de sofrer e dor,
caminhas sempre em passos curtos mas certos na minha direcção tomando-me e levando contigo tanto,
mas tanto do que me dás,
deixas-me pouco e levas-me tudo,
e o tudo !!!Étudo...
(EU)
16-10-2011
17-30

(É simplesmente fascinante ler um livro e apaixonar-se por ele e nem todo o ser humano tem o coração ou a mente aberta para tal acontecimento extraordinariamente belo e tão pleno de amor,carinho,ternura e envolvimento...
Por mais de três anos esse livro de Mia Couto andou''viajou''para onde quer que eu fosse,era na verdade um companheiro que eu não dispensava cheguei a dizer-lhe''ao meu livro''que era na verdade um amante perfeito(carinhoso,presente,silencioso,e estimulante dos sonhos)nada mais poderia fazer-lhe que dedicar-lhe algumas simples e amorosas palavras antes de colocá-lo na prateleira,sendo que ainda não lhe encontrei substituto à altura,contudo o meu coração está aberto é só acontecer o klik.)

domingo, 16 de outubro de 2011

Cintilante estrela



Uma estrela me chamou,
dizendo-me assim  baixinho;_
quero levar-te comigo,lá para onde tudo é brilhante
onde a luz que tens contigo se acenderá  aquecendo o firmamento e todos a quem tanto amas,
darão pela tua presença luz brilhante que ofuscas
lá no céu tens o lugar junto de outras que a teu lado ficarão noite e dia cintilando;
__quem diria que no céu tens um lugar?
Na terra te buscarão
No mar te verão sumir...
No ar te verão voar...
Mas ...lá no céu brilhando e aquecendo é o teu lugar!!!
Ó estrela que me convidas a partir largando tudo;
_a minha vida,a minha história,
é que eu não posso aceitar,ainda não chegou a minha hora,
quero por aqui andar mesmo que seja no escuro,
sem a minha luz a brilhar...
(EU)
16-10-2011
15.35h

Sonhadora,eu sou...


Ó erva daninha que estás no jardim porque fazes alarde em sufocar o alecrim?
A hortelâ''erva boa'',pergunta à salsa;__o que queres?eu sou cheirosa e tu não lembras-me os malmequeres...
As tulipas e os rainunculos nascem em pleno frio,os jacintos e os jarros gostam da beira do rio...
De todas as cores é a rosa,dá alegria ao jardim ela é a mais formosa faz concorrência ao jasmim.
As fantásticas buganvilias ,andam no meu coração,trepam por muros e pérgolas da Primavera ao Verão...
Quero saber quantas flores compõem esta melodia,umas rasteiras e outras altas,azuis,lilazes e brancas, vermelhas,amarelas e margaridas do meio dia...
São em grande quantidade fazem-me vénias dão-me sorrisos,ah!e já me esquecia dos meus amados narcisos...
Nas árvores é o Salgueiro o comandante do meu coração,é tão verde de longos braços e sombra fresca no Verão...
O jardim dos meus encantos anda à volta sem parar,gosto de ficar por lá e ir por aí de liana de flores em liana de flores...voar...voar...voar...
(EU )
16-10-2011
14.50h

Meu amor de além

Nos sonhos nasci,por sonhos vivi,
sonhando caminho,estrada feita de ti!


Dos mais diversos personagens se faz o meu ser,
personagens que vagueiam à volta do meu viver.
Vivendo da diversidade olho-me ao espelho e o que vejo
é  saudade da saudade de diferentes seres errantes que por minha vida passam...
As ruas dizem-me segredos o mar leva-me a vida,
por entre meus dedos se escapam horas de mim de partida.
O sol aquece-me a alma beija-me como se eu fosse terra ,
nos rios procuro a calma que nos meus dias se encerra.
Quero molhos de viver,molhos de amor para amar,
quero também molhos de ti junto de mim a sonhar,
quero-te abraçado à vida que sou eu a querer-te bem
essa vida tua e minha pulsando juntos no querer.
Eu além sonho contigo,aqui quero-te a meu lado,
além és mais que um amigo,aqui meu amor aprisionado.
(EU)
16-10-2011
14.33h

Doce de amigo...

Um amigo é a certeza de um porto de abrigo que se tem sempre à mão,um amigo é o nosso doce preferido para termos sempre bem docinho pronto a ser saboreado,
um amigo é aquele que nos tem e aquele a quem temos sempre no coração
cuja lembrança nos diz como é bela a vida...
O meu amigo a quem quero e que me quer lembra-me hoje um mar revolto de água temperada de saber
 uma água transparente onde me posso perder,
que o meu porto de abrigo lá estará para mim e não me deixará de querer.
Este meu amigo é como uma sombra de árvore centenária de galhos fortes e largos...
É assim o meu doce de amigo que gosto de saborear devagarinho sentido-o derreter de carinho!!!...
(EU)Adelina Charneca
15-10-2011
03.30h

Na tua margem


Na longa extensão dos dias que passam por aqui sem sinal da tua presença pressinto que em nada nos afasta esta distância forçada,sinto-te cada dia mais próximo aqui bem junto de mim ,a tua voz baila na minha mente dizendo-me ao ouvido o que de bom gosto de saber,o teu olhar guloso cerca-me procurando o meu os nossos perfumes confundem-se e as palavras entrelaçam-se  vindas da tua boca onde correm beijos de loucura procurando os meus lábios para aí depositá-los com doçura.
Seremos sempre uns alienados do AMOR,aqueles que o vivem nas margens da vida e,é nas margens que me recolho dizendo de tudo que vai cá dentro ,de sentimentos alienados de amar mascarados.
Um dia a máscara cairá e colocá-la-e-mos nos que nada querem sentir ou simplesmente a todos os que de nós se hão-de rir.
Um dia bem lá atrás na vida que já passou tudo vai ser bom,tudo vai ser vivido e o AMOR será o escolhido.
(EU)
16-10-2011
12-11h

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Um amor para sempre


(EU)
13-10-2011
08.30H
Já tanto se escreveu sobre o amor sobre formas de sentir o amor ,também dos danos que o amor nos faz ,dos milagres que o amor opera enfim,cada um interpreta esse  nobre sentimento consoante a pessoa por quem o sente ou a pessoa de quem o recebe .
Eu amo e sou amada adquirindo como tal o direito e  o dever de me debruçar sobre este belo sentimento que ora nos leva às nuvens ora nos faz estatelar no chão...
Este grande,grande amor que hoje trago nas minhas palavras é um amor de olhinhos brilhantes é um amor com falta de dentinhos  uma espécie de janela  aberta enquanto não nascem os inquilinos definitivos,é um amor a quem tenho que ajudar a comer os cereais ao pequeno almoço  para que o relógio não nos ganhe a corrida das horas e dos minutos,este amor que eu tenho e que me tem é o  mais desinteressado amor que apenas quer abraços e beijinhos muita atenção e vontade de gargalhar em conjunto,um amor tão mas tão grande que sempre que nos encontramos de novo sempre nos achamos mais bonitas mais crescidas e se possível ainda muito mais inteligentes,o meu amor já sabe fazer contas,já sabe escrever e até já sabe ler <eia,iu,ão,ai >e etc...etc...etc...o meu amor diz-me que eu sou a mais linda ,o meu amor  é tão mas tão parecido comigo,que a sua semelhança  chega a confundir-me com ela e achar que tenho a mesma idade tenho até vontade de aprender tudo de novo com ela .
O meu amor ainda nem me chega debaixo do braço,mas  é tão grande  tão grande que se compara ao céu ,à terra,ao sol,à lua,às montanhas ou até ao deserto.
Este meu tão grande amor tem um nome próprio que é uma gloria,um enorme sorriso e dias de imensa felicidade
<<<<AMO-TE MINHA DOCE VITÓRIA,MINHA NETINHA QUERIDA>>>>

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Silêncio + tranquilidade

Aqui nesta minha rua que espera amorosamente que eu  lhe conte histórias de (Des)encantar,vive uma esperança,uma grande e formosa esperança feita de vida,sorrindo de amor,piscando o olho à felicidade e deixando-se envolver na''TRANQUILIDADE DO SILÊNCIO''vela para que o seu jardim não esmoreça cuidando cada recanto com desvelado encanto,espreita cada botão de Rosa  nascendo bem agarrado  ao caule e à seiva que a sustenta,sonha ser também uma Rosa assim cuidada com tão grande cuidado mas...na''TRANQUILIDADE DO SILÊNCIO'',quem escuta a Rosa ,quem escuta a esperança que vive nesta minha rua que espera ouvir histórias de (Des)encantar?
(EU)
12-10-2011
00.09h

Os meus poetas


Viagem

É o vento que me leva. 
O vento lusitano. 
É este sopro humano 
Universal 
Que enfuna a inquietação de Portugal. 
É esta fúria de loucura mansa 
Que tudo alcança 
Sem alcançar. 
Que vai de céu em céu, 
De mar em mar, 
Até nunca chegar. 
E esta tentação de me encontrar 
Mais rico de amargura 
Nas pausas da ventura 
De me procurar... 

Miguel Torga, in 'Diário XII'

''O meu guru''/Agostinho da Silva

Ser Diferente
Portugal/Filosofo/Poeta/Ensaísta__1906//1996
A única salvação do que é diferente é ser diferente até o fim, com todo o valor, todo o vigor e toda a rija impassibilidade; tomar as atitudes que ninguém toma e usar os meios de que ninguém usa; não ceder a pressões, nem aos afagos, nem às ternuras, nem aos rancores; ser ele; não quebrar as leis eternas, as não-escritas, ante a lei passageira ou os caprichos do momento; no fim de todas as batalhas — batalhas para os outros, não para ele, que as percebe — há-de provocar o respeito e dominar as lembranças; teve a coragem de ser cão entre as ovelhas; nunca baliu; e elas um dia hão-de reconhecer que foi ele o mais forte e as soube em qualquer tempo defender dos ataques dos lobos. 

''O meu guru''/Mestre Agostinho da Silva



Os Malefícios da Rivalidade na EscolaPoucas serão as escolas em que o mestre não anime entre os alunos o espírito de emulação; aos mais atrasados apontam-se os que avançaram como marcos a atingir e ultrapassar; e aos que ocuparam os primeiros lugares servem os do fim da classe de constantes esporas que os não deixam demorar-se no caminho, cada um se vigia a si e aos outros e a si próprio apenas na medida em que se estabelece um desnível com o companheiro que tem de superar ou de evitar. 
A mesquinhez de uma vida em que os outros não aparecem como colaboradores, mas como inimigos, não pode deixar de produzir toda a surda inveja, toda a vaidade, todo o despeito que se marcam em linhas principais na psicologia dos estudantes submetidos a tal regime; nenhum amor ao que se estuda, nenhum sentimento de constante enriquecer, nenhuma visão mais ampla do mundo; esforço de vencer, temor de ser vencido; é já todo o temperamento de «struggle» que se afina na escola e lançará amanhã sobre a terra mais uma turma dos que tudo se desculpam. 
Quem não sabe combater ou não tem interesse pela luta ficará para trás, entre os piores; e é certamente esta predominância dada ao espírito de batalha um dos grandes malefícios dos sistemas escolares assentes sobre a rivalidade entre os alunos; não se trata de ajudar, nem de ser ajudado, de aproveitar em comum, para benefício de todos, o que o mundo ambiente nos oferece; urge chegar primeiro e defender as suas posições; cada um trabalhará isolado, não amigo dos homens, mas receoso dos lobos; o saber e o ser não se fabricam, para eles, no acordo e na harmonia; disputam-se na luta. 
Urge quanto antes alargar a reforma radical que as escolas novas fizeram triunfar na experiência; que só haja dois estímulos para o trabalho nas sulas: a comparação de cada dia com o dia anterior e com o dia futuro e o desejo de aumentar o valor, as possibilidades do grupo; por eles se terá a confiança indispensável na capacidade de realizar e a marcha irresistível da seta para o alvo; por eles também o sentido social, o hábito da cooperação, a tolerância e o amor que gera a convivência em vez de um isolamento de caverna e de uma agressividade permanente; a vitória de uma ideia de paz sobre uma ideia de guerra. 

Agostinho da Silva, in 'Considerações'

Os meus poetas



CansaçoO que há em mim é sobretudo cansaço — 
Não disto nem daquilo, 
Nem sequer de tudo ou de nada: 
Cansaço assim mesmo, ele mesmo, 
Cansaço. 

A subtileza das sensações inúteis, 
As paixões violentas por coisa nenhuma, 
Os amores intensos por o suposto em alguém, 
Essas coisas todas — 
Essas e o que falta nelas eternamente —; 
Tudo isso faz um cansaço, 
Este cansaço, 
Cansaço. 

Há sem dúvida quem ame o infinito, 
Há sem dúvida quem deseje o impossível, 
Há sem dúvida quem não queira nada — 
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: 
Porque eu amo infinitamente o finito, 
Porque eu desejo impossivelmente o possível, 
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, 
Ou até se não puder ser... 

E o resultado? 
Para eles a vida vivida ou sonhada, 
Para eles o sonho sonhado ou vivido, 
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... 
Para mim só um grande, um profundo, 
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, 
Um supremíssimo cansaço, 
Íssimno, íssimo, íssimo, 
Cansaço... 

Álvaro de Campos, in "Poemas" 
Heterónimo de Fernando Pessoa

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

''O meu guru''



Agostinho da SilvaPortugal
1906 // 1996Filósofo/Poeta/Ensaísta
"Tu podes, com certeza, conviver com os outros, mas nunca seres os outros. Eles podem ser muito bons, mas tu és sempre melhor porque és diferente e o único com as tuas características."

domingo, 9 de outubro de 2011

As correntes que me detém...

Por Adelina Charneca Trindade/Domingo 09-10-2011 às 14.30h
Nos desabafos que tenho com o papel e de caneta em punho lá vou dizendo aqui e ali um dia atrás do outro de vez em quando algo daquilo que é o meu ser,um ser complexo e difícil de entender,um ser claro e transparente que deixa a vida acontecer,um ser ora doce ,ora hostil  que de querer quer um mundo onde todos possam ''ter''.
__Aqui e ali vou soltando o meu grito ,o meu soluço e sempre o sorriso,a lágrima também se faz presente de passado e de futuro quando me escutam os lamentos,as folhas de papel às vezes reciclado como reciclado é o meu coração reciclado dos maus tratos que lhe dou querendo a todo o custo que fique como novo e guarde para si as mágoas que ontem o feriram e o levaram a uma certa escuridão .
A sela onde me encarceraram ,as correntes com que me querem fixar a um chão que não deseja ser pisado por mim tornam os meus desabafos cada dia mais sentidos com fundamento mais oportuno e sincero,o carcereiro olha-me e não consegue proferir o sentir que o leva a sê-lo,a vida pede-me que a viva ,os corvos voam sobre a minha cabeça  como guilhotina esperando Maria Antonieta.
No papel as poucas e frágeis conjugações vão formando conjuntos de palavras por vezes tão herméticas que a sua leitura revela-se uma verdadeira''MISSÃO IMPOSSIVEL''
(EU)
09-10-2011
14.30H

Palavras (s)em cativeiro



por: Adelina Charneca Trindade / Domingo, 9 de Outubro de 2011 às 12:39
Faltam palavras para dizer dos sentidos já tantas me vieram à cabeça como se quisessem fazer-se vida,como se quisessem jorrar em golfadas de inspiração bailando na minha mente e de emoção dizer o que se me cola à pele tornando a voz imperceptivel ficando dentro do coração sem encontrar a porta de saída transformando em palavras o sentir que me invade dos pés à cabeça ultrapassando muito para lá a barreira do que julgo poder aguentar,um nó na garganta é assim que se costuma chamar às emoções que nos sufocam e nos deixam à beira de uma estranha letargia existencial ,não impedindo a vivência feliz dos acontecimentos antes nos deixando em estado flutuante pairando sobre o que nos prende sejam palavras pessoas ou situações.
_Quer a surpreendente vida que a espaços se cruzem comigo pessoas simplesmente admiráveis com uma estrutura emocional e cultural acima do espantosamente real e palpável,são esse momentos que me fazem acreditar e sentir que a amizade ,o carinho,a fidelidade absolutamente desinteressada não caiem em ''saco roto'',são sentires que de facto se conjugam e multiplicam se os cuidarmos e acarinharmos como se as mais belas flores do nosso mais amado jardim estivessem configuradas nessas pessoas a quem chamo admiráveis que estimo e me estimam.
Grades erguidas às minhas palavras e ao meu sentir mais profundo não serão o suficiente para apagar o que me vai na alma e na minha alma vai...
*
(EU)
09-10-2011
12.30h

''Os meus poetas''/Não tenho pressa


Não tenho pressa. Pressa de quê? 
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos. 
Ter pressa é crer que a gente passe adiante das pernas, 
Ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra. 
Não; não sei ter pressa. 
Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço chega - 
Nem um centímetro mais longe. 
Toco só onde toco, não aonde penso. 
Só me posso sentar aonde estou. 
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras, 
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa, 
E vivemos vadios da nossa realidade. 
E estamos sempre fora dela porque estamos aqui. 

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" 
Heterónimo de Fernando Pessoa


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Poeta eu não sou...



Um rasgo no horizonte se abriu só para mim baixou uma escada e subi,as alturas assustam-me contudo deixo-me ir na emoção da chegada ao local reservado a viver excitantes emoções que possa depois transcrever em palavras.
__Como eu gostava de ser poeta para rimar com as palavras brincando com a conjugação de cada uma delas,abrir o leque da imaginação e buscar nas folhas, no vento,no sol ou na lua todo o oxigénio de que necessito para me conseguir;_reajo mal às partidas sofro com as saudades,amo sem limites admiro o universo,mas não sou poeta...

(EU)
05-10-2011
00.30h

A porta


Bato na porta de mim e segura de que me vou encontrar abro devagar e mansinho pé ante pé como quem não quer e nem tem que ser notada,na presença de uma frincha de luz sigo-a, deparo-me com uma janela de onde avisto uma paisagem deslumbrante que me tolhe o olhar obrigando-me a baixar a cabeça perante tal brilho...
Vejo ali no canto em total abandono e desespero que tudo dentro de mim está fora do sitio,uma arrumação é urgente e necessária,começo pelo lado que mais trabalho me vai custar e espero dentro em breve ter novamente tudo no seu sitio.
O SOL busca a terra enquanto eu busco aconchego e...
(EU)
04-10-2011
22.30H

Lágrimas com sal!


A  água lambe a maré na areia da praia como  se de  todo esse processo se fizesse  um grande  oceano,os dias vão lambendo devagar a vida que busca os seu estilhaços espalhados por sulcos  de areia e água salgada de sal que me resseca a pele e a deixa com sabor de lágrimas...
(EU)
05-10-2011
00.23h

Sem culpa



Porque teimas em esconder-te?
Sim,não nos conseguimos olhar de frente,não nos conseguimos mostrar tal como somos,ainda que me prometas que te darás a conhecer e a mostar tal como és,não consegues sair desse cerco que se ergue à tua volta e se chamam laços...
Percebes-te que quase em simultâneo levantamos uma ponte entre o teu e o meu olhar?
Percebes-te que um peso se abateu sobre as tuas e as minhas palpebras,como se essa ponte que ambos sabemos ser impossivel de transpor,quisesse ruir e juntar os nossos desejos que gritam bem alto dentro de ti e de mim  por muito que os tentemos calar?
Percebes-te quanto são esmagadoras do meu ser as tuas palavras e este desejo quase incontrolável  de me abandonar no teu abraço?
Abraço que não me pertence,mas que eu quero viver ainda que por uma vez apenas:Não percebes que não vamos resistir por muito tempo fazendo de conta?
Não percebes que tu e eu somos um do outro(poéticamente falando)?Não vês que por tanto que fujamos um dia será inevitável?
Juro-te que estou na fuga contigo,juro-te que enquanto tiver forças vou fazê-lo mas  sei,não me perguntes como,mas sei,um dia nem que por uma vez apenas  serás meu,só para mim,só para mim.Feridas ficarão abertas também o sei,contudo a imunidade que se adquire na vida depressa tratará de as secar e,ficará o sabor dos teus beijos e o sentir do teu abraço,ficará para sempre comigo e então nunca mais deixarás de ser meu,deixaremos a nossa marca um no outro assim,para sempre através das palavras que então deixarão de ser sonhos e passarão a  ser realidade.
Não te amo:mas amo-te:Não te quero:mas quero-te:não te prendo,mas sujeito-te a mim:não me deixes que eu não te deixo.
(EU)
12-05-2011
09-25h

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Na generalidade




Na generalidade,é claro,[as pessoas]representam o papel que a sociedade espera delas:casam;trabalham,têm filhos,fundam um lar,votam,tentam mostrar-se perfeitas e respeitar as leis.Mas cada uma delas_homens,mulheres,crianças_possuí uma vida secreta da qual raramente falam e que quase nunca chegam a revelar.E esta vida secreta,para cada um de nós,encontra-se povoada de fantasias ardentes,necessidades incríveis e desejos sufocantes que não são vergonhosas em si,mas que nos ensinaram a considerar como tal...
««Estas palavras não são minhas,pertencem a Charles Sanders,fundador do pragmatismo(entre outros atributos),»»
Acho que ele está certo...durante muito tempo eu não me ri(perdi tanto tempo que agora tenho que recuperar)porque a minha Prof.na Primária assegurava que se houvesse muito riso é porque não havia muito siso,e tinham-me dito que era muito importante uma menina ter juizo!E outras coisas mais que eram"muito feias",por isso tenho que usar a minha irreverência fora do tempo em que o devia ter feito,agora já ninguém me "surripia"o que escrevo e deita na fogueira...imaginando que eu pobre"menina"usava palavras"impróprias" tais como,(AMOR__PAIXÃO),mas como não usá-las se eu"AMO",e se eu sou uma"APAIXONADA"?
Desavergonhada sou eu agora,que não resisto a uma boa conversa e a boas companhias de boa conversa...
Recordo tantas vezes as conversas que tenho por aí com pessoas desconhecidas que agora vou aqui colocar uma que me marcou e que nunca mais esqueci(porque há pessoas que ficam na história da história da gente),eu não sei quem era, encontrei-a numa paragem de autocarro(tinha um ar tão doce,de avó velhinha,disse-me ser de São Vicente(Cabo Verde),a conversa fluía-lhe de tal forma que eu só tinha oportunidade de assentir com a cabeça um sim ou um não...dizia-me ela (Ai minha sra.eu gosto muito de passear,já fui aqui,já fui ali,já fui acolá e acoli e tenho viagem marcada para acoloutro...um sem parar de me confidenciar as suas experiências"viajeiras",antes que chegasse o meu transporte ou o dela(já não sei qual chegou primeiro),ainda me disse isto que por mais anos que eu viva não vou esquecer,aliada á figura ternurenta da avózinha Caboverdiana daquelas que sabe"muuuiiitooo"(Sabe a sra?quem nunca sai do mesmo sitio,ali nasce,ali cresce e ali morre é o porco),parece-me que está explicado porque não mais esqueci esta figura???
Vou-vos contar um segredo!!!Ando a remexer muito no Baú...acho que estou ficando"idosa"!!!...Bom mas pelo menos que eu"idosa"tenha sempre na minha mente o exemplo desta avózinha e vá,vá por aí nem que seja como diria,Alves Redol;vou por aí por esses montes e vales de melancia debaixo do braço e de vez em quando cantando uma moda que me soe bem ao ouvido  tenciono perder-me contemplando o horizonte em  alguma beira de algum riacho rodeado de  estupendas sombras de Salgueiros sentando-me e retalhando algumas fatias da minha melancia ..olhando o Céu...Alves Redol não disse isto tudo?!Acho que estou a divagar quase em passo de corrida.
«««16-05-2011»»»(EU)

Poeminha

Leva-me a voar no vento sem rasgar a alma A crescer d'alento nesta tarde calma Não soltes um ai Que se não apague Não pares e vai ...