sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Um pouco de (EU)...''texto sem correcção''

Quando na vida me dei conta de que necessitava desenvolver-me como pessoa a nível espiritual e humano percebi que teria de fazer esse caminho sozinha pois não tinha a meu lado quem estivesse nesse nível de aprendizagem preparado para o fazer,como tal tenho feito a minha caminhada solitária abrindo brechas para que entrassem aqui e ali pessoas que''parece'' estavam nesse nível humano mais além desgosto-me porém ao perceber que o que buscam é apenas uma boleia nas costas da minha aprendizagem,não lhe dou as costas pelo contrário dou-lhe a mão e carrego-os ou puxo-os para o meu lado tentando a todo o custo fazê-los lá chegar junto comigo mesmo deixando-me com um cansaço extremo,normalmente não me lamento,peço é mais força para ir,e...na minha caminhada umas vezes sobre nuvens de algodão outras sobre escarpas ou espinhos tenho tido o privilégio de plantar árvores,umas possuem uma boa semente dão naturalmente bons exemplares com óptimos frutos,enquanto outras nunca passam de uma promessa já que a sua semente nunca foi de excelente nem sequer de aceitável  qualidade daí que elas nascem com fragilidades  e algumas até crescem mas os seus frutos  nunca serão agradáveis à vista nem saborosos ao paladar usa-se então a técnica de enxertia mas não passam nunca de bonitas árvores ,nada mais que isso.Assim é com muita gente que ao longo do tempo se tem cruzado no meu caminho ,bonitas e atraentes à vista mas que deixam muito a desejar no seu interior.
Contudo não me lamento todas têm trazido sabedoria para a minha vida  excluo o que não me serve e o que não sou capaz de contornar.
Mas...esta é uma palavra  que está sempre pairando por aqui,há''mas''em todas as vertentes da vida e um bem grande é que não sou nenhuma santa de pau e nem sequer do pau''oco'' e aborrece-me enormemente que a realidade da vida seja deturpada por pessoas até muito inteligentes ''mas''que vivem  em busca sabe-se lá de que quimera  e em dias que estão viradas do avesso encarem os seus próprios disparates como fragilidades de quem lhe está próximo e puxa por elas deixando a sua própria vida em suspense.
Ainda não cheguei ao meu máximo na busca tenho que continuar sempre de olhos fixos no meu objectivo usando a minha óptima  visão periférica  e mesmo que por vezes sinta as forças faltarem-me levo comigo com delicadeza e humildade as almas puras e boas que comigo se cruzam,depende delas compreenderem-me ou não ,pois não são obrigado(a)s  a fazê-lo.
__A todas as pessoas que no meu caminho se têm cruzado ao longo da vida e com quem tenho aprendido os  caminhos do bem só poderei continuar a cuidar com todo o carinho, a quem não teme dizer-me que sente a minha falta,quem me chama de seu anjo protector,quem não teme dizer-me que sou importante nos seus dias a quem me diz que mesmo na distância me sente próxima,a quem sonha sonhos que não sendo os meus são muito semelhantes em tudo ,o que me ajuda a tornar os meus sonhos mais válidos .
Neste Ano Novo que se aproxima não quero para mim uma vida nova desejo é manter a que tenho e cuidar de quem já tenho não fechando nunca a porta a quem vier por bem e com boa vontade.
(EU)
15-12-2011
17.35h

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Busco razões para a razão...a de existir e outras!!!♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

Há sensibilidade nas redes sociais,embora seja difícil de encontrar;
___Presto homenagem ao amigo  que por sinal  conheci pessoalmente e só depois ficamos ''amigos'' nas redes sociais!!!
Não sou adepta de ter muitos amigos nem na vida real nem na virtual,prefiro tê-los bons e sensíveis e se em cem amigos um captar a minha essência já valeu a pena andar por aqui...
Segue-se um diálogo entre amigos...


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Eu__Estou a pensar nesta minha mania de desenterrar o ''passado'' com o intuito de curar o ''futuro''!!!
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O amigo__Sim A..... como eu a entendo e como eu vejo no futuro cada vez mais as pedras do passado.
Vivi parte da minha adolescência, no monte e no Castelo em _______ e cada vez que ali retorno, faço-o sozinho e percorro as ruas, as muralhas e falo com as pedras. E caminhando pelas ruas ou pelos sítios/lugares onde sonhei...sonhei! Vejo e sinto agora as pedras a chorarem de saudades...saudades do FUTURO?
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Eu___Obrigada meu amigo ,pelo conforto das suas palavras e pelo seu entendimento da ''minha pedra'' do passado!!!Para entendê-la melhor expliquei-lhe por mensagem privada!!!Obrigada mais uma vez e um abraço com desejos de bom fim de semana!!!
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Eu ___AmigO_______,trouxe esta pedra do meu Monte,onde regressei e ao qual estive 45 anos sem regressar(foi muito tempo,foram várias vidas,foram muitas vidas demasiadas para o que se julga ser aceitável),regressei e...
Tive muita dor;
__Inexplicáveis dores só para quem não me queira entender,senti uma espécie de choque eléctrico uma descarga de muitos Wats,que 1ºme deixou algo apática depois de passada a 1ª emoção,senti verdadeiras dores físicas e da alma...
Não lhe escrevo isto lá no mural onde me deixou o seu amável comentário para não me expor tanto,que o facebook não merece!!
Entendo bem esse seu sentir e a sua busca na busca para bons''melhores'' futuros.
Daqui do mundo que é o presente,um presente que talvez não consigamos entender enquanto não tivermos decifrado de vez o passado,envio-lhe um abraço sentido e com sentido,desta sua amiga Alentejana ainda e sempre em crescimento
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O amigo___Verdade minha amiga....Verdades que nós temos que guardar para nós e no mais fundo da nossa alma. ... Verdades que O Fac...por vezes ou se calhar sempre . ... não merece os nossos estados de alma e nem as nossa emoções. ... MAS, por outro lado eu sinto e tenho necessidade de dizer o que sinto e escrever,escrevo... mas por vezes exponho-me demais e já tenho tido alguns desgostos que ferem...ferem e deixam marcas de dores que doem....
Eu tenho toda uma infância,adolescência,juventude e....depois como adulto vejo revejo que não fui eu que existi..........foi um outro que viveu e vive num mundo para o qual não me preparei,na infância,na adolescência,e na juventude. ............ Agora o que resta?..........Estou seriamente a pensar em regressar definitivamente ao Alentejo e aos caminhos e aos pensamentos daquele tempo quando eu julgava que o mundo era ...era o que sonhava.FIM
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E foi assim que percebi que mais vale ter um amigo sensível do que muitos com um coração mais duro que a minha pedra!!!
Ou será que apenas andam distraídos???
Obrigada ao amigo pela sua presença sempre discreta e tranquila !!!


(EU)
13-12-2011
08.40h 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ou não...


Caminhando sobre Rosas brancas às quais já retirei os espinhos sinto o perfume que me chega de ti confundindo-se com o ambiente que me rodeia,os meus olhos afogam-se nos teus  lanças-me a bóia de salvação que me chega em forma de abraço, apertas-me fortemente entre soluços e sorrisos ...
Vagueio por estreitas ruelas buscando o teu retrato e tentando recordar o teu nome que quero esquecer mas que necessito pronunciar vezes sem conta até que me esgote sem forças e desista cansada de lutar contra tudo o que me sufoca e este amor inexplicável é a prioridade que se me afigura enquanto percorro estradas feitas de nada do viver que ainda desejo para o dois.
Entre a tua e a minha vida encontro vontades alheias à nossa própria que me  trás ao pensamento a  presença que a tua ausência teima em fazer notar.
A necessidade de escrever tornou-se quase uma obsessão,caiem palavras de mim e atiro-as contra o vento que as leva rolando pelo chão,vejo-as escapar em novelos que se desenrolam debaixo dos meus pés e me fazem rir sem parar quando era a minha vontade desatar a chorar...
Estou aqui com o meu corpo,mas não poderei oferecer-te a minha alma,ela nem a mim pertence,entreguei-a numa bandeja com palavras doces e letras ternas a quem a resgatou na escuridão em que estava mergulhada são palavras efémeras eu sei,desgastam-se nas letras soltas do alfabeto que aprendi há muito tempo atrás e só agora lhe sei o significado,esse que procuro em jogos de sinónimos que jamais desejo ver antónimos, princípios que me fazem esconder dos sentidos que me perseguem enquanto soletro...
Com ''A''amo-te,com''B''beijo-te,com o 'D'dou-me,procuro ainda o''Q''de quero-te com o''T''tens-me;
__Ou não!
E vamos os dois um de cada lado da ponte que nos separa caminhando de mãos estendidas sobre a nossa estrada feita de nada
Sílabas que não consigo contabilizar surgem-me de toda a parte incompreensíveis ,por linhas e linhas sem fim,paralelas mas não convergentes,saberei algum dia o motivo pelo qual há dias em que tenho necessidade de me vitimizar não sendo vitima de coisa nenhuma.
Julgo ver os nossos olhares entrelaçados contorcionistas do destino em busca da rede de salvação!!!
(EU)
08-12-2011
11.11h

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Repetições e outras...


El amor es la mejor música en el pentagrama de la vida.La única melodía del corazón que nos lleva a sonreír con ternura a su recuerdo y olvidar las dificultades que lleguen recibiéndolas con fuerza de titán para resolverlas sin problemas.El amor es la base del respeto,de la convivencia y el sustento de nuestro espíritu,nuestro equlibrio nervioso y nuestra existencia.
(Pilar de Molina)Madrid



Às vezes apetece-me
Dizer...dizer...dizer...
Mas sei que não o posso
Fazer...fazer..fazer...
Já sei tudo o que
Diria...diria...diria...
E sei que ninguém
Ouvia...ouvia...ouvia...
Eu não te consigo
Deixar...deixar...deixar...
Só sei que te quero
Amar...amar...amar...
O meu coração diz
Sim...sim...sim...
Mas sei que não és
Para mim...para mim...para mim...
Eu ando à deriva
Por ti...por ti...por ti...
Quando partir saberei que
Senti...senti...senti...
(EU)

04-12-2011
01.30h

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Noites à lareira!...


Enquanto na lareira o fogo de labaredas alaranjadas consome e faz estalar a madeira,na minha mão borbulha o champanhe dentro de uma taça,suavemente como se as borbulhas fossem estalos do próprio lume e temesse que me queimem,aproximo-o dos lábios e sorvo em pequenos goles que ao tocarem o vermelho vivo do batom que lhe dá o tom do desejo os deixa  palpitantes.
Aproximas-te de mim e tombas a tua face na minha,outrora toda esta cena provocaria corpos em brasa que queimavam em lume brando,hoje todo o fogo deu lugar à tranquilidade que arrefeceu mas não morreu,quando a paixão dá lugar a boa camaradagem a uma terna amizade chama-se a isso amor,porque o amor é sempre o que fica depois de morrer tudo o resto,e quando o resto era muito ainda mais acontece.
__A labareda na fogueira termina por hoje,amanhã será um novo dia em que será necessário encontrar mais lenha e acende-la de novo!
Assim é a vida em todas as suas vertentes se não nos damos ao trabalho apaga-se a chama o calor esvai-se e ficam apenas as cinzas de algo que foi fulgurante e explendido terminando ingloriamente desfazendo as almas e as vidas dos protagonistas que poderiam ter  belas histórias que tudo tinham para arder e aquecer incessantemente em duas vidas convergentes;
__Ah,mas não vale a pena esmorecer pois na floresta há mais madeira à espera de ser recolhida por ti desejando ser queimada na tua fogueira da vida;
__Mas não esqueças nunca o champanhe bem gelado que eu tentarei  não esquecer o batom avermelhado...
(EU)
29-11-2011
22.20h

Somos...


Sempre soubemos que o que temos não nos trás nada de novo e na verdade ambos  apreciamos novidades,tu és  a minha novidade eu sou a tua expansão,somos dois bichos de contas,gostamos de nos mostrar mas chegadas as evidências escondemo-nos nas muralhas edificadas à volta do que já temos e não nos entusiasma ,antes nos bloqueia a ponto de as palavras se recolherem e aí ficarem escondidas e recalcadas até que finalmente encontram o seu espaço para correrem livres no seu leito de rio de encontro ao papel transportadas pela tinta,soltas nos vendavais que as fazem voar alto,tão alto que quando se soltam são do espaço azul de flocos de nuvens  de cor anilada dispostas aos montões espalhadas à toa esperando o seu momento de ''gloria''...
(EU)
29-11-2011
11.15h

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cumplicidades...




Formosa e bela azinheira
Sabes-me tantos segredos
Contei-te simples histórias
Ditas à minha maneira
Contando-as pelos dedos
Hoje já são só memórias
Da vida de uma criança
Essas memórias de mim
São apenas uma lembrança
No Monte onde cresci
Brincando no campo e na Eira
Lembro como se fosse hoje
Meu Monte da Amendoeira
Ah!como eu era feliz
Mau grado as dificuldades
Bebia a água da Fonte
Do Monte do Chafariz
Lá para os lados de Évora-monte!!!
(EU)
28-11-2011
15.00h

Fado ,''Lágrimas secas''...

 Hoje,
Segredei teu nome à chuva,
dela não tive resposta.
Contei-lhe tudo com medo,
disse-lhe o quanto me dói
querer-te e amar-te em segredo.

A chuva não me responde
caindo do céu sem parar,
forma lagos de carinho
onde  se afogam meus olhos.
Que se enchem  devagarinho.
de  lágrimas,sem chorar.
Vivem de chuva constante
escorre-me pelo rosto
vem de um tempo distante,
conheço-lhe  bem o gosto.

Hoje
Segredei teu nome à chuva
dela não tive resposta.
Contei-lhe tudo com medo,
disse-lhe o quanto me dói
querer-te e amar-te em segredo


Lágrimas secas de mim
Que escorrem devagarinho
caiem redondas no chão
espalham-se p'lo  caminho
vamos sempre  de mãos dadas
dentro de um coração
lágrimas secas apaixonadas
Formam lagos de carinho
e  escorrem devagarinho
numa ternura sem fim

Hoje
Segredei teu nome à chuva
dela não tive resposta.
Contei-lhe tudo com medo,
disse-lhe o quanto me dói
querer-te e amar-te em segredo
(EU)
27-11-2011
23.35h

domingo, 27 de novembro de 2011

Divagando...

A substância que me compõe a alma e povoa os meus desertos de sombras em que o tempo forma coágulos de sede por saciar ,cântaros que se enchem de palavras que me ensinam coincidências que o universo me dá...!!!

???????????????

Fixo os meus pés com força no chão e sinto a sombra girar à volta do ser que não sou ,do ter que não tenho,e da chegada que nunca partiu ,sombra bailarina que solta gargalhadas de gozo no vaivém do ritmo da dança que me tira a  lucidez e me provoca tonturas ,incertezas e angústia.
Angustiante é a espera pelo que não chega a mim,vindo de onde nem sei se haverá algo de substancial para sentir com os sentidos por onde não sei se vou nem sei se estou.
Os meus heróis soltam gemidos por se sentirem agrilhoados no meu pensamento,e nada mais me resta que libertá-los deixá-los ir  viver a liberdade plena ao vento e ao sol que os aquecerá até que se desfaçam em pó se espalhem pelas altas montanhas que existem em mim e finalmente repousem no cimo das altas árvores contemplando todo o espectáculo de tons salpicados de azul pleno de nuvens fofas coroado de verde em várias tonalidades.
(EU)
27-11-2011
19.10h

domingo, 20 de novembro de 2011

Dizer de tudo sem sentir compromisso com o tudo que digo...
__É isso que me apetece;
__Fazer de cada palavra um acto de amor em que se entrelaçam letras que falam desse sentimento tão sublime que foi  capaz de se deixar esmagar ...
__Mistura  de  afecto e ternura que agora  recebo através dos buracos do meu velho casaco que envergo para me proteger do imenso frio que me trespassa e perfura o ser,transformo-o  em escudo  ainda que não se note o esforço de não deixar passar mais perturbação e que lhe causou tal estrago,deixando-o assim irremediavelmente esburacado e à mercê dos olhares de compaixão...
(EU)
20-11-2011
19.45h

In(constante)

A rapidez com que as palavras passam e bailam em frente aos meus olhos faz-me acreditar que perdi o vocabulário de emoções e que ele deu lugar a um outro de frieza abstracta,vazia de sentidos que se fixa como se fosse rio de enchentes vagarosas com águas turvas e barrentas carregadas de lama dispersa à minha volta sulcando-me como plaina em mão de carpinteiro que perdeu as medidas da obra que tem em mãos.
Sai de mim o vocabulário perdido com as conjugações de verbos que desconheço e que não perdem a razão de existir assim mesmo desconhecidos.Conjugo amor com dor,e alegria com apatia,rimo esquecer com recordar e,amar-te com passado,só depois vejo que está tudo errado e não consigo perceber se o erro sou eu ou o que eu construo,castelos,muralhas,desertos,cidades ou campos floridos a perder de vista?!
(EU)
20-11-2011
19.ooh

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Deserto


Vive em mim um deserto que se alimenta de oásis inexistentes,pouco a pouco cola-se-me à pele uma sede que não consigo explicar ou traduzir,inundo-me de águas sorvendo-as com a concha da mão deixando escorrer gotas que me caiem aos pés como se pedissem perdão por não bastarem ao meu corpo sequioso...
(EU)
18-11-2011
22.30h

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sem...

Sinto-me como se fosse uma enorme casa vazia em que apenas o que a enche são destroços de uma batalha travada impiedosamente que estará supostamente vencida...
Tudo o que havia aí dentro foi esmagado,torcido,arrancado e sufocado até ao último suspiro,agora nada mais resta que uma bela lembrança do bater acelerado do coração,do calor que ora sobe ora desce ruborizando as faces,da ansiedade do toque mesmo apenas e só um toque de mãos,um olhar demoradamente tímido ou até do beijo que nunca existiu,do sonho de desejar o que não podia ser desejado,o sentimento de posse que se foi antes de ser,uma casa testemunha de sonhos sonhados ao vento,sonhos que de tanto serem sonhados chegaram a parecer reais,sonhos que não passaram de o ser...
__Sonhos!!!
(EU)
07-11-2011
18.30h

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Espero

As aves rodopiam em círculos apertados piando ruidosamente ,
como carnívoros sobre a carniça...
__Demonstram uma cegueira estranha e difícil de entender ,
tento abstrair-me da cena deprimente e concentrar-me nas palavras que insistentemente me surgem no pensamento.
Mas...
Não consigo dizer em tempo útil tudo quanto penso,
o pensamento supera e muito a velocidade da luz,
ultrapassa-me e não me espera,
preciso correr até alcançá-lo para que nenhuma palavra se perca.
__Vou no sonho das palavras,
concentro-me no voo das aves e nos seus círculos ruídosos,
sinto-me em cada uma destas piruetas,
as das palavras e as das aves e sinto a chegada acontecer por breves momentos.
Momentos!!!
Por momentos senti que tudo era obra do momento que em mim se fez vida
Espero em ti,em mim,em nós,
espero...
(EU)
02-11-2011
15.00h

Nuvens...

Nas nuvens leio o teu nome,
são tantas letras que me perco e de perder-me
me esgoto nos dias que terminam sempre iguais à forma como começam,
pensando-te
e sem poder alcançar-te
contento-me com a lembrança dos bons momentos,
das gargalhadas felizes que juntos demos
talvez de outras tantas que o futuro nos reserva___
Pinto os lábios de vermelho vivo e desafio-te a beijá-los
como se sempre o tivesses feito no tempo antes do tempo se esgotar em nós.
As vidas que nos foram permitidas lamentam-se das dores que lhe são infligidas
como se de auto flagelação se tratasse,
dão gritos de desespero
 arregalam os olhos
é a fome dos tempos que o tempo lhe impôs ...
Quero de ti tudo o que é meu
em ti resta tudo o que é nosso.
As nuvens já acordaram e jorram água
como se dois pulsos tivessem sido cortados
 com traços horizontais talhados em dor da alma
que me contas
e que te magoa daqui  até ao fim do mundo...
(EU)
02-11-2011
17.30h

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ruído no silêncio...

Quando o silêncio é maior
E a saudade é gigante
Sinto o ruído da dor
Doendo no dia,distante...
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No silêncio em que estou envolvida busco ruídos que possam trazer-te de volta ao meu espaço,
outrora ocupado por tanto do que me deixavas.
Outrora,
esse outrora pertence ao passado que teimo em manter vivo,
 como a chama sempre acesa do meu olhar que te procura com cansaço e sem alegria.
Um sorriso sem expressão sai de mim sem quase se fazer notar,
 é um sorriso triste demais para que se possa chamar assim.
Uma lágrima me rola na face de pele já madura ,
naturalmente madura,
seca como areia do deserto,
bebo de imediato essa lágrima que por ti corre em mim,
água salgada que me deixa doce e tranquila na espera do momento em que vamos juntar-nos de novo,
tudo se aquieta,
penso-te assim e tenho-te aqui!!!
(EU)
1-11-11
11-11h

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O dia sete...


O Dia Sete...
Sete amores,
sete vidas,
sete luas,
sete sóis,
sete dias...
sete... sete... sete,
é o numero que me vive na cabeça
persegue-me desde o dia em que nasci,
e eu pergunto?
mas porque é que não haveria de ser um oito(8)???
Um oito(8) seria muito mais consentâneo com a vida no momento,
acordava pela manhã e pensava, oito(8)
vivia por todo o dia e seria um redondinho oito(8),
anoitecia e dormia feita num oito(8),
assim toda a realidade seria muito mais verdade,
verdade do dizer,
verdade do fazer,
verdade do ser oito(8)...
De sete passaria a pensar como um oito(8)...
Sou uma mulher que às vezes sabe o que quer,
penso-me por breves momentos,
vejo-me completa e repleta de bons sentimentos.
Sou a mulher que sabendo o que quer,
continua sem ter...

(EU)
31-10-2011
21.30h

Gente...

Na minha frente vejo rostos desconhecidos mas em tudo parecidos ,
parecidos na luta ,nas tristezas,nas alegrias
rostos de sinais que o tempo amargou ,
vivem no presente que se esgotou,
na esperança de um futuro
que alguém anunciou.
Rostos de gente desconhecida ,gente que teima em sorrir ,
sorrisos abertos para além do sentir.
Alegro-me com tantos sorrisos em meu redor
transformo-os sem querer em centelha de amor,
teimosa sou eu que insisto na busca do ser ,
mesmo cansada de tanto viver ...
Consinto que me sorriam ,
façam-no por favor,
que é o melhor do meu dia
a hora que aquieta a minha alma vadia
Alma vadia cansada de querer
que deseja somente
outra alma colher...
(EU)
31-10-2011
18.30h

A montanha...e a cidade!!!

As montanhas secas do meu olhar esperam tempo fértil,
tempo de amar ,
tempo de esperar que o tempo faça e me desafie a ter tempo.
Quando subo e me esgoto na canseira da caminhada
janelas de vidros sujos se colocam a meu lado na subida enfraquecendo-me a vontade.
O meu olhar estende-se por montes e vales como se quisesse guardar todas as imagens que pouco a pouco vão surgindo ,
gente apressada aos tropeções e aos encontrões ziguezagueiam pelo caminho de encontro uns aos outros ,
olhos semicerrados virados para a montanha
sigo  na vagarosa subida e encontro o prazer do presente
que me aguarda no futuro .
A noite cai sobre a cidade,
centenas,milhares,milhões de luzinhas piscam na escuridão que se abate sobre a minha cabeça ,
não estou habituada a esta iluminação,
necessito de mais luz,
 imagino lá longe o voo dos melros e o piar das aves nocturnas
o voo do morcego ao anoitecer também me vem à memória ,
sinto de súbito uma vontade imensa de chegar ao meu destino !
Destino?
Mas afinal quem sabe onde é o meu destino?
Julgo sabê-lo ,
mas são tantas as duvidas que me assaltam o pensamento
que chego a ter duvidas deste meu desejo no momento,
e no momento sigo na escuridão que a cidade me dá ,
e a cidade sufoca o meu presente sem futuro.
Mais uma paragem,mais uma saída ,mais umas entradas e...mais,mais,mais...
E eu por aqui na cidade,sem sinais,
O mais absoluto silêncio,
levanta uma espécie de vidraça à minha volta ,
embaciada pela minha respiração assustada.
Apenas um pensamento...
Ser feliz na chegada!!!
(EU)
31-10-2011
17.30h

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Segredos

No jardim do olhar com que me cercas ouvem-se vozes de espanto e segredos de amor partilhados por entre a folhagem ferozmente açoitada pelo vento que se cruza soprando em todas as direcções.
Os recantos de mim visitados por ti ,onde te escondes e colhes constelações de estrelas de todas as galáxias e de todas as cores querem-te em floreiras e maciços de beijos e abraços de desertos da alma de te ser e de me ser...
(EU)
27-10-2011
00.00h

Lisboa sem ti...

Entrei em Lisboa e senti que Lisboa sem ti é pouco mais que uma cidade desmembrada,falta-lhe um amor sublime,um amor que a possui sempre e todas as vezes que percorre a sua calçada portuguesa torta de tanto ser pisada,tu que a amas e a descreves como tantos outros seus anteriores amantes já o fizeram,Lisboa tem este mistério de ser amada por séculos e séculos sempre com a mesma paixão que deixa louco de ciúmes o seu eterno namorado''o Tejo''.
O homem das castanhas já faz sentido as temperaturas amenas deram lugar à aragem fresca circulando pelas suas intermináveis ruas sempre apinhadas de gentes que a observam em cada pormenor,em cada porta ou cada janela,em cada monumento ou até nas gentes multirraciais que por lá circulam em qualquer bairro ou avenida pois Lisboa é assim deixa-se possuir por quem a ama e dá-se sempre com um brilho cheio de encanto e deslumbramento,mas...Lisboa sem ti fica muito vazia,fica uma Lisboa absolutamente nua de ser e de sentir.
Vem-me à memória um poema de O'neil ...
__Se uma gaivota viesse,
trazer-me o céu de Lisboa
Num desenho  que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma ave que não voa
 esmorece e cai no mar...etc...etc...
Sinto uma Lisboa com saudades,com despeito por ter sido deixada sem a tua companhia,sem a tua presença apaixonada e sempre à descoberta da sua misteriosa personalidade,e eu uno-me a ela nessa saudade e percorro estas ruas como se estivesses a meu lado e me levasses a conhecer cantinhos únicos e encantadores que só tu conheces e que descobres fascinada,pois quem é fascinante como tu sempre se deixa fascinar ...
(EU)
24-10-2011
17.30h

Da minha velha infância


(Reeditado)


(Ontem em viagem de comboio entre Azambuja e Sintra recordei e disse ao meu pequeno bloco de notas o que me ia na alma,ele escutou-me e sem correção aqui está o que lhe confidenciei)

Trago comigo os sabores e os cheiros das cozinhas do Alentejo,as carnes curadas cozinhadas em grandes panelas de um peso inusitado colocadas estratégicamente ao redor de um lume que ardia numa enorme chaminé,das ervas aromáticas do forno a lenha de onde vinha  um explêndido aroma a pão quente acabado de cozer sorvendo o azeite derramado sobre ele,o sabor das tibornas que comia sentada ao lume trago  muito do Alentejo  dentro de mim talvez um Alentejo que só existe no meu imaginário,mas é  o Alentejo da minha meninice aquele de que tenho saudades,aquele que podia ter sido e não foi,o Alentejo do mistério que ficará para sempre por desvendar.
Diria que é o meu Alentejo''meu''por ser fruto da minha imaginação(não por exacerbado bairrismo)...recordo ainda as paredes caiadas e a frescura que delas emanava,os cantes dos ranchos de gente trabalhadora cantando modas ao desafio escutadas  ao longe ora nos dourados  trigais ceifando as espigas  ora nos gélidos olivais apanhando a azeitona,sorvendo água do cocho refrescada em cantaros de barro ou chegando-se ao lume feito no chão para aquecer um pouco as pontas dos dedos que no contacto com a terra gelada cuidavam de congelar,o cantar dos passarinhos ou até o incitamento do homem à parelha que trabalhava a terra.O voo da águia sempre me encantou,julgo ser desde então que a invejo na sua altivez e possibilidade de se assenhoriar de todo o céu azul que por estas terras de sonho tem um azul muito mais acentuado.Trago ainda bem presente as cores e o monte da minha infância,aquele que 1º ficou marcado na minha memória e ainda hoje tantos objectivos depois continua bem vivo em mim,o Alentejo e a sua imensidão é o que mais me alargou os horizontes me fez este ser que não se contenta com olhares curtos e estreitos.
(EU)
01-09-2011

Chuvas de Outono

Águas revoltas de um  rio
que corre em mim sem parar
à deriva de me sentir,
correndo,
em golfadas que vão desaguar no mar
rápidas,
quase não me dando o ensejo de senti-las
devorando-me e diminuindo-me qual onda galgando a falésia
 levando-a consigo arrastada pelos cabelos de areia
soltos ao vento,
em nós de espuma de água salgada no meu olhar de esperança de te viver.
Em  comunhão com a vida
essa que te pôs no meu caminho ,
essa vida que despertou em mim fora de tempo
o crescer de um sentimento .
Como se folhas tardias em troncos secos pudessem dar frutos?!
(EU)
25-10-2011
16.00h

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Palavras em viagem...

Exausta de ter saudades parto à descoberta do futuro e percebo que não sou eu que vou ,é o pensamento que me leva até onde vai durar esta viagem ,não sei ninguém sabe também desconheço se tem volta e tendo o que fazer na chegada??
Estou chegando,o amanhã é já aí e o que terá ele de novo para me mostrar?
Aberta aos meus dias parto à descoberta do que fui  de quem sou hoje aqui e agora,no céu leio socalcos em flocos de nuvens prontas a transformarem-se em pequenas gotas de água para nos lavar até à alma arrancando  de nós toda a poeira acumulada por dias e dias de busca interminável do ser ou não ser...
__E o ser mostra-me que de mim já pouco é,este ser estranho que me toma e me quer levar na marcha da vida cansada de me viver.
Quero fazer do agora o momento mais supremo do viver,o top da minha vida;mas falta-me essência que ausência tenho demais,ando ausente dos sentidos à minha volta onde ecoam gemidos de dor,será que já deram pela falta de amor?
__Borbulhando no vento desfaço-me e perco-me polinizando aqui e ali como flor esquecida no seu canteiro...
Este ser pouco ou nada ortodoxo...sou eu!!!
(EU)
25-10-2011
16.00h

domingo, 23 de outubro de 2011

Sonhar e querer...

Sonhando  quero tudo,nada menos que isso é nada...
querendo posso tudo...
Posso sonhar que estou voando que poiso no cimo da árvore mais alta da densa floresta onde vivem os meus sentidos.
Posso até viajar no sonho e elevá-lo à condição de eterno viajante que viaja sem bilhete de ida e  volta,
contudo estou sempre  só no meu sonho que me deixa onde menos o desejo lá onde ele prefere estar no mais proibido e difícil de entender ,
nos lugares de mim e do meu subconsciente sonho
e...sonhando sinto-te e quero-te.
Um arrepio percorre todo o meu corpo as tuas mãos fortes e quentes palmilham cada milímetro da minha pele
beijas-me,e cada pedaço de mim estremece ao teu toque tão desejado,
levas-me ao céu e voltas comigo a terra depositando-te em mim
acalmas o meu desejo louco de ter-te e deixar-te extasiado de prazer em completa loucura dos sentidos a dois.
Estou exausta de te sonhar quase à beira da loucura de te desejar...
(EU)
23-10-2011
11.00h

sábado, 22 de outubro de 2011

Palavras ocas!!!

No papel sobre o qual me inclino fazem eco as minhas palavras ocas de te dizer de como te sinto falta
de como esta distância me mata
sufocando-me devagar como se ainda me quisesse trazer à lembrança o teu olhar por mais uma vez antes do suspiro final,mais uma vez  entre tantas que o recordo,esse jeito maroto de criança crescida de me olhar ou jeito guloso de homem maduro a me desejar...
As minhas palavras são vazias de contar todos os dias todas as horas minutos e segundos a que a distância nos obriga ,palavras vagas no meio da tempestade
que andam à deriva por um rio de saudade
que desagua num mar de angustia,à deriva de te viver,
de nos vivermos ,
em tempestade de abraços, beijos,sussurros e gemidos de dois loucos que se desejam em silêncio mais que a vida,amordaçada e nunca cumprida
de palavras que por ocas e vazias não têm som,
continuam no papel
esperando serem transformadas em amor de mel
 por isso...mata-me devagarinho,
olha-me com jeitinho e  beija-me com carinho antes que me esfume.
(EU)
22-10-2011
19.15h

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pedaço de mim!

Na sombra de um segredo
 vive um amor de desassossego
é um sentimento nascido  de luz e de penumbra,
se tu vens o sol brilha se não estás tudo é uma sombra,
quero em mim tanto de ti
gosto quando te aproximas
e me dizes ao ouvido coisas que só os dois sentimos
paralisas-me  os gestos
quando projectas a tua voz na minha direcção
e sem o saberes fazes estremecer todo o meu ser,
sem aviso
sem que consiga fazer algo...
quedam-se os gestos
fraqueja-me o ser
estremeço de frio
(EU)
20-10-2011
23.45h

O meu sol...

Seguro o sol na minha mão
tenho outras estrelas no meu espaço de acção.
Uma estrela de papel que guardo com ilusão
presa com um grande cordel
que chega em voo picado e me pousa no coração.
É uma estrela diferente que me ajuda e dá alento,
ela é minha,muito minha basta dizer-me bom dia
que logo faz sol num dia cinzento.
Temo que um dia se apague,a minha estrela de papel,
vou dar-lhe muita ternura embrulhada em flocos de mel.
De flores se enfeita um jardim
de estrelas se compõe o céu
de uma estrada de marfim
e de um amor que é só meu...
(EU)
20-10-2011
2300h

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Outono *

*****************************
Hoje o dia acordou e abriu os olhos de espanto ao ver o arvoredo todo em pose semi-nua,de seguida  penetrou na densa floresta onde raios de sol iam abrindo espaços de luz filtrada pelo folhedo que teimava em se manter agarrado aos galhos já meio secos ,o chão estava finalmente coberto pelas mais variadas folhas caídas durante o pequeno vendaval ocorrido  pela noite dentro ,sinal de que estava finalmente consumada a posse do Outono pelo seu espaço no calendário temporal, eu passeava devidamente abrigada com um confortável xaile que herdei de minha mãe  repentinamente  tive  um arrepio e senti um sopro mais forte ,percebi de imediato que de nada me servia o xaile de quadradinhos de croché,ia chover encontrava-me distante de casa o suficiente para depressa ficar molhada como um pintainho ''verde''pois era essa a cor do meu abrigo casual,foi quando de repente surgiu o meu cavaleiro andante(chamo-lhe assim deste então),alguém que eu nunca tinha visto nas redondezas e que me chamava insistentemente para dentro do seu automóvel,esqueci todas as recomendações familiares para  não falar com estranhos e...blá...blá...blá...entrei  rapidamente no automóvel apanhando ainda as primeiras  grossas gotas de água que desabavam  sobre a orla da floresta e que caíram certamente durante uma boa meia hora.
O ilustre desconhecido apresentou-se,o meu nome é ????,eu segui-lhe o exemplo  ...eu sou a ????,estava apresentada definitivamente aquele que viria a ser e que é o príncipe encantado que ainda hoje vive nos meus sonhos o que nunca se transformou em sapo por ser fruto da minha imaginação,''óbvio''.
Afundei-me dentro daquele olhar profundo e meigo,deixei-me ir por ali fora e quando finalmente chegámos ao local que lhe havia indicado algo distante de casa para o caso de alguém de lá me ver chegar a bordo do automóvel de um desconhecido não vir com o inevitável sermão,ainda hoje ninguém sabe que foi desta forma que conheci o ????,dizia eu que quando finalmente chegámos já sabíamos que desse dia em diante pouco tempo ou nenhum conseguiríamos ficar separados.
Em conjunto sonhamos sonhos que não passam pela cabeça do mais vulgar ser humano,gostamos de  deambular em longos passeios  na nossa densa floresta sobre o  tapete de  folhas outonais que se estende charmoso debaixo dos nossos pés,de vez em quando rola sobre as nossas cabeças unidas(muito unidas) uma ou outra  folha inconveniente,os raios de sol espreitam por entre os galhos despidos,o velho xaile repousa agora nas costas de um cadeirão junto à lareira ,enquanto o ainda mais velho automóvel descansa na garagem dos fundos da Quinta muito bem cuidado  todos os dias alvo de esmerada limpeza por parte do seu  proprietário,nós os dois eu e o ???? bem juntinhos à lareira do lar que fundamos em conjunto tomamos um copo de vinho enquanto tentamos sobreviver à paixão que nos avassala e arrebata sempre que nos deixamos perder no  olhar   e no terno abraço um do outro...
(EU)
19-10-2011
19.30h

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Eu có(s)mica...


Nasci na terra mas...
Sou do vento ,sou do ar
cheguei com sorrisos,sou feita de alento
venho de um jardim ,gosto de um abraço e...
estou aqui para amar
Também serei mar de ondas mansinhas
onde me afogo
serei um navio,
talvez uma estrela de olhos brilhantes
sou feita de fogo,
por vezes também sou feita de mel
serei uma abelha,pouso nas flores
colho-te,e tenho-te em jardins de papel.
Sou louca por fora,tranquila por dentro
gosto de vermelho,detesto o cinzento
Rio às gargalhadas se a conversa é boa
sou feita de pó,vestida de fada
sou eu na verdade nesta multidão
sentindo-me só,no meio do nada
(EU)
18-10-2011
07.30h

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Meu livro,meu companheiro...




O silêncio das palavras mansas de te dizer preenche os dias
que por aqui passam agonizantes sufocados pelo entardecer,
Outono da vida,
Outono temporal que agoniza em finais de tarde de cores quentes e adocicadas,
silenciosamente sinto os teus passos,
chegas e reclinas-te no dia que parte penso-te,
vejo-te e quero-te sempre por perto.
As palavras teimam em trazer-te até mim,
fazem-se de silenciosas caminhadas impregnadas de sofrer e dor,
caminhas sempre em passos curtos mas certos na minha direcção tomando-me e levando contigo tanto,
mas tanto do que me dás,
deixas-me pouco e levas-me tudo,
e o tudo !!!Étudo...
(EU)
16-10-2011
17-30

(É simplesmente fascinante ler um livro e apaixonar-se por ele e nem todo o ser humano tem o coração ou a mente aberta para tal acontecimento extraordinariamente belo e tão pleno de amor,carinho,ternura e envolvimento...
Por mais de três anos esse livro de Mia Couto andou''viajou''para onde quer que eu fosse,era na verdade um companheiro que eu não dispensava cheguei a dizer-lhe''ao meu livro''que era na verdade um amante perfeito(carinhoso,presente,silencioso,e estimulante dos sonhos)nada mais poderia fazer-lhe que dedicar-lhe algumas simples e amorosas palavras antes de colocá-lo na prateleira,sendo que ainda não lhe encontrei substituto à altura,contudo o meu coração está aberto é só acontecer o klik.)

domingo, 16 de outubro de 2011

Cintilante estrela



Uma estrela me chamou,
dizendo-me assim  baixinho;_
quero levar-te comigo,lá para onde tudo é brilhante
onde a luz que tens contigo se acenderá  aquecendo o firmamento e todos a quem tanto amas,
darão pela tua presença luz brilhante que ofuscas
lá no céu tens o lugar junto de outras que a teu lado ficarão noite e dia cintilando;
__quem diria que no céu tens um lugar?
Na terra te buscarão
No mar te verão sumir...
No ar te verão voar...
Mas ...lá no céu brilhando e aquecendo é o teu lugar!!!
Ó estrela que me convidas a partir largando tudo;
_a minha vida,a minha história,
é que eu não posso aceitar,ainda não chegou a minha hora,
quero por aqui andar mesmo que seja no escuro,
sem a minha luz a brilhar...
(EU)
16-10-2011
15.35h

Sonhadora,eu sou...


Ó erva daninha que estás no jardim porque fazes alarde em sufocar o alecrim?
A hortelâ''erva boa'',pergunta à salsa;__o que queres?eu sou cheirosa e tu não lembras-me os malmequeres...
As tulipas e os rainunculos nascem em pleno frio,os jacintos e os jarros gostam da beira do rio...
De todas as cores é a rosa,dá alegria ao jardim ela é a mais formosa faz concorrência ao jasmim.
As fantásticas buganvilias ,andam no meu coração,trepam por muros e pérgolas da Primavera ao Verão...
Quero saber quantas flores compõem esta melodia,umas rasteiras e outras altas,azuis,lilazes e brancas, vermelhas,amarelas e margaridas do meio dia...
São em grande quantidade fazem-me vénias dão-me sorrisos,ah!e já me esquecia dos meus amados narcisos...
Nas árvores é o Salgueiro o comandante do meu coração,é tão verde de longos braços e sombra fresca no Verão...
O jardim dos meus encantos anda à volta sem parar,gosto de ficar por lá e ir por aí de liana de flores em liana de flores...voar...voar...voar...
(EU )
16-10-2011
14.50h

Meu amor de além

Nos sonhos nasci,por sonhos vivi,
sonhando caminho,estrada feita de ti!


Dos mais diversos personagens se faz o meu ser,
personagens que vagueiam à volta do meu viver.
Vivendo da diversidade olho-me ao espelho e o que vejo
é  saudade da saudade de diferentes seres errantes que por minha vida passam...
As ruas dizem-me segredos o mar leva-me a vida,
por entre meus dedos se escapam horas de mim de partida.
O sol aquece-me a alma beija-me como se eu fosse terra ,
nos rios procuro a calma que nos meus dias se encerra.
Quero molhos de viver,molhos de amor para amar,
quero também molhos de ti junto de mim a sonhar,
quero-te abraçado à vida que sou eu a querer-te bem
essa vida tua e minha pulsando juntos no querer.
Eu além sonho contigo,aqui quero-te a meu lado,
além és mais que um amigo,aqui meu amor aprisionado.
(EU)
16-10-2011
14.33h

Doce de amigo...

Um amigo é a certeza de um porto de abrigo que se tem sempre à mão,um amigo é o nosso doce preferido para termos sempre bem docinho pronto a ser saboreado,
um amigo é aquele que nos tem e aquele a quem temos sempre no coração
cuja lembrança nos diz como é bela a vida...
O meu amigo a quem quero e que me quer lembra-me hoje um mar revolto de água temperada de saber
 uma água transparente onde me posso perder,
que o meu porto de abrigo lá estará para mim e não me deixará de querer.
Este meu amigo é como uma sombra de árvore centenária de galhos fortes e largos...
É assim o meu doce de amigo que gosto de saborear devagarinho sentido-o derreter de carinho!!!...
(EU)Adelina Charneca
15-10-2011
03.30h

Na tua margem


Na longa extensão dos dias que passam por aqui sem sinal da tua presença pressinto que em nada nos afasta esta distância forçada,sinto-te cada dia mais próximo aqui bem junto de mim ,a tua voz baila na minha mente dizendo-me ao ouvido o que de bom gosto de saber,o teu olhar guloso cerca-me procurando o meu os nossos perfumes confundem-se e as palavras entrelaçam-se  vindas da tua boca onde correm beijos de loucura procurando os meus lábios para aí depositá-los com doçura.
Seremos sempre uns alienados do AMOR,aqueles que o vivem nas margens da vida e,é nas margens que me recolho dizendo de tudo que vai cá dentro ,de sentimentos alienados de amar mascarados.
Um dia a máscara cairá e colocá-la-e-mos nos que nada querem sentir ou simplesmente a todos os que de nós se hão-de rir.
Um dia bem lá atrás na vida que já passou tudo vai ser bom,tudo vai ser vivido e o AMOR será o escolhido.
(EU)
16-10-2011
12-11h

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Um amor para sempre


(EU)
13-10-2011
08.30H
Já tanto se escreveu sobre o amor sobre formas de sentir o amor ,também dos danos que o amor nos faz ,dos milagres que o amor opera enfim,cada um interpreta esse  nobre sentimento consoante a pessoa por quem o sente ou a pessoa de quem o recebe .
Eu amo e sou amada adquirindo como tal o direito e  o dever de me debruçar sobre este belo sentimento que ora nos leva às nuvens ora nos faz estatelar no chão...
Este grande,grande amor que hoje trago nas minhas palavras é um amor de olhinhos brilhantes é um amor com falta de dentinhos  uma espécie de janela  aberta enquanto não nascem os inquilinos definitivos,é um amor a quem tenho que ajudar a comer os cereais ao pequeno almoço  para que o relógio não nos ganhe a corrida das horas e dos minutos,este amor que eu tenho e que me tem é o  mais desinteressado amor que apenas quer abraços e beijinhos muita atenção e vontade de gargalhar em conjunto,um amor tão mas tão grande que sempre que nos encontramos de novo sempre nos achamos mais bonitas mais crescidas e se possível ainda muito mais inteligentes,o meu amor já sabe fazer contas,já sabe escrever e até já sabe ler <eia,iu,ão,ai >e etc...etc...etc...o meu amor diz-me que eu sou a mais linda ,o meu amor  é tão mas tão parecido comigo,que a sua semelhança  chega a confundir-me com ela e achar que tenho a mesma idade tenho até vontade de aprender tudo de novo com ela .
O meu amor ainda nem me chega debaixo do braço,mas  é tão grande  tão grande que se compara ao céu ,à terra,ao sol,à lua,às montanhas ou até ao deserto.
Este meu tão grande amor tem um nome próprio que é uma gloria,um enorme sorriso e dias de imensa felicidade
<<<<AMO-TE MINHA DOCE VITÓRIA,MINHA NETINHA QUERIDA>>>>

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Silêncio + tranquilidade

Aqui nesta minha rua que espera amorosamente que eu  lhe conte histórias de (Des)encantar,vive uma esperança,uma grande e formosa esperança feita de vida,sorrindo de amor,piscando o olho à felicidade e deixando-se envolver na''TRANQUILIDADE DO SILÊNCIO''vela para que o seu jardim não esmoreça cuidando cada recanto com desvelado encanto,espreita cada botão de Rosa  nascendo bem agarrado  ao caule e à seiva que a sustenta,sonha ser também uma Rosa assim cuidada com tão grande cuidado mas...na''TRANQUILIDADE DO SILÊNCIO'',quem escuta a Rosa ,quem escuta a esperança que vive nesta minha rua que espera ouvir histórias de (Des)encantar?
(EU)
12-10-2011
00.09h

Os meus poetas


Viagem

É o vento que me leva. 
O vento lusitano. 
É este sopro humano 
Universal 
Que enfuna a inquietação de Portugal. 
É esta fúria de loucura mansa 
Que tudo alcança 
Sem alcançar. 
Que vai de céu em céu, 
De mar em mar, 
Até nunca chegar. 
E esta tentação de me encontrar 
Mais rico de amargura 
Nas pausas da ventura 
De me procurar... 

Miguel Torga, in 'Diário XII'

''O meu guru''/Agostinho da Silva

Ser Diferente
Portugal/Filosofo/Poeta/Ensaísta__1906//1996
A única salvação do que é diferente é ser diferente até o fim, com todo o valor, todo o vigor e toda a rija impassibilidade; tomar as atitudes que ninguém toma e usar os meios de que ninguém usa; não ceder a pressões, nem aos afagos, nem às ternuras, nem aos rancores; ser ele; não quebrar as leis eternas, as não-escritas, ante a lei passageira ou os caprichos do momento; no fim de todas as batalhas — batalhas para os outros, não para ele, que as percebe — há-de provocar o respeito e dominar as lembranças; teve a coragem de ser cão entre as ovelhas; nunca baliu; e elas um dia hão-de reconhecer que foi ele o mais forte e as soube em qualquer tempo defender dos ataques dos lobos. 

''O meu guru''/Mestre Agostinho da Silva



Os Malefícios da Rivalidade na EscolaPoucas serão as escolas em que o mestre não anime entre os alunos o espírito de emulação; aos mais atrasados apontam-se os que avançaram como marcos a atingir e ultrapassar; e aos que ocuparam os primeiros lugares servem os do fim da classe de constantes esporas que os não deixam demorar-se no caminho, cada um se vigia a si e aos outros e a si próprio apenas na medida em que se estabelece um desnível com o companheiro que tem de superar ou de evitar. 
A mesquinhez de uma vida em que os outros não aparecem como colaboradores, mas como inimigos, não pode deixar de produzir toda a surda inveja, toda a vaidade, todo o despeito que se marcam em linhas principais na psicologia dos estudantes submetidos a tal regime; nenhum amor ao que se estuda, nenhum sentimento de constante enriquecer, nenhuma visão mais ampla do mundo; esforço de vencer, temor de ser vencido; é já todo o temperamento de «struggle» que se afina na escola e lançará amanhã sobre a terra mais uma turma dos que tudo se desculpam. 
Quem não sabe combater ou não tem interesse pela luta ficará para trás, entre os piores; e é certamente esta predominância dada ao espírito de batalha um dos grandes malefícios dos sistemas escolares assentes sobre a rivalidade entre os alunos; não se trata de ajudar, nem de ser ajudado, de aproveitar em comum, para benefício de todos, o que o mundo ambiente nos oferece; urge chegar primeiro e defender as suas posições; cada um trabalhará isolado, não amigo dos homens, mas receoso dos lobos; o saber e o ser não se fabricam, para eles, no acordo e na harmonia; disputam-se na luta. 
Urge quanto antes alargar a reforma radical que as escolas novas fizeram triunfar na experiência; que só haja dois estímulos para o trabalho nas sulas: a comparação de cada dia com o dia anterior e com o dia futuro e o desejo de aumentar o valor, as possibilidades do grupo; por eles se terá a confiança indispensável na capacidade de realizar e a marcha irresistível da seta para o alvo; por eles também o sentido social, o hábito da cooperação, a tolerância e o amor que gera a convivência em vez de um isolamento de caverna e de uma agressividade permanente; a vitória de uma ideia de paz sobre uma ideia de guerra. 

Agostinho da Silva, in 'Considerações'

Os meus poetas



CansaçoO que há em mim é sobretudo cansaço — 
Não disto nem daquilo, 
Nem sequer de tudo ou de nada: 
Cansaço assim mesmo, ele mesmo, 
Cansaço. 

A subtileza das sensações inúteis, 
As paixões violentas por coisa nenhuma, 
Os amores intensos por o suposto em alguém, 
Essas coisas todas — 
Essas e o que falta nelas eternamente —; 
Tudo isso faz um cansaço, 
Este cansaço, 
Cansaço. 

Há sem dúvida quem ame o infinito, 
Há sem dúvida quem deseje o impossível, 
Há sem dúvida quem não queira nada — 
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: 
Porque eu amo infinitamente o finito, 
Porque eu desejo impossivelmente o possível, 
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, 
Ou até se não puder ser... 

E o resultado? 
Para eles a vida vivida ou sonhada, 
Para eles o sonho sonhado ou vivido, 
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... 
Para mim só um grande, um profundo, 
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, 
Um supremíssimo cansaço, 
Íssimno, íssimo, íssimo, 
Cansaço... 

Álvaro de Campos, in "Poemas" 
Heterónimo de Fernando Pessoa

Poeminha

Leva-me a voar no vento sem rasgar a alma A crescer d'alento nesta tarde calma Não soltes um ai Que se não apague Não pares e vai ...