sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Coração esfarrapado



Rasguei o meu coração
Fi-lo em mil pedacinhos
Separados
Afastados
Descoloridos
Impossível de serem costurados
Fiz com eles uma bandeira
Acenei com ela para o céu
Pedi às nuvens e ao sol
A todo o infinito
Que me trouxesse
O amor mais bonito
O mais colorido
O mais sorridente
O mais surpreendente
O mais amigo
O mais saudoso
Carinhoso
Afectuoso
De todos os amores
Sem me fazer favores
Me querendo
Me amando
Nunca me torturando
Nunca me esquecendo
Mimando-me
Com carinho
E sempre com um beijinho
De mansinho
Desejando...
Bom soninho!!!
Adelina Charneca

Palavras sem resposta



As palavras mais difíceis de dizer
São as que nunca têm resposta,
As mais difíceis de ouvir
São as ditas em silêncio,
As melhores são as que saem da alma
Ditas com o coração nos lábios,
As palavras ditas,
Escritas,
Escutadas e nunca respondidas
Um dia voltarão a nós
E dilas-e-mos de novo
Como se o nosso fosse um mundo novo
Um mundo onde não existe o ontem
E apenas construiremos um amanhã
Cheio de esperança,
De amor ternura e carinho
Que não caiba nos olhos,
Na boca
E escorra pelas ruas ,
Pelos regatos,
Pelos rios
E vá desaguar no mar,
O meu mar,
O mar que trago dentro de mim ,
Mar de sal,
De areias movediças,
De vida sem ter vida...
apenas mar sem mar!
Adelina Charneca.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A minha(Fascinação)



Deixo-me fascinar por esta luz,
será decerto uma luz divina,
uma luz que me ilumina,
esta luz que me fascina,
luz em tons de Outono,
cores quentes ,
envolventes
que me tolhem o movimento
me deixam estática por um momento,
chega apenas um leve beijo,
um leve beijo triste...
com ele a tristeza desiste,
de ser
de sentir
até de viver...
adeus tristeza passa bem
deixa-me
com a minha breve fascinação
por este lindo e tranquilo final de tarde
de luz divina
tão pequenina
e uma musica
para completar o quadro
''o meu quadro''
de mais um final de tarde
(sem poesia).
Adelina Charneca.
27-09-2012
19.15h

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Estou cansada



Estou cansada de ser gente
Hoje queria ser um cão,ou um gato
Sei lá
Tudo menos gente
Tudo menos pessoa
Queria estar onde não estou
Vaguear pela rua
Uivar à lua
Olhar em redor
E...
Nada ver,apenas cheirar
Farejar
Dormir num aterrro
Comer sem mastigar
Apenas engolir,por  ter tanta fome
Roer um osso
Que fosse bem duro
Ver-te no escuro
E...
Então acordar
Sentir que estive
Apenas
A sonhar
(EU)Adelina Charneca
19-09-2012
21.15h

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Chamas



A vida não me diz nada
Silencia demais
Nas folhas do chá à minha frente
Fumegante como eu
Sigo
Percorrendo lugares banais
Lugares em que entro e sinto
Serem   banais para mim
Que os percorro em chamas
Que ninguém apaga
Que sequer ninguém sente
Chamas ardendo diariamente
Solitariamente em mim
Por ti!
Nestas folhas de chá verde
Vejo-te sorrindo
Vejo-te chegando SIM
Tocando-me em chamas
Que só tu sabes existirem
Aqui!
(EU)
11-09-2012
20.15h

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Roubar e não pedir resgate




Na solidão do meu alpendre
Recordo-te
Num final de tarde distante
Enquanto me balanço
No balouço de jardim
És um sonho interrompido a meio
Foste um oásis terno e acolhedor
Ganhei-te aqui no vale das vinhas
E não sei onde te perdi
Quando,nem porquê
Incompleto desejo forjado no céu
Incontrolado  furto
De um simples e perfeito amor
Sem resgate
Seria só meu e teu
De poesia trajado
Com beijos de sabor a’’doce’’
Doce amargo,que talhou
No fundo do abismo
Onde o acaso o deixou
Amor resgatado 
De nada nem coisa nenhuma!
(EU)Adelina Charneca
03-09-2012
21.00h

domingo, 2 de setembro de 2012


Quem(EU) sou...




Sou verdade,
sou amor,
sou razão.
Sou fogo transpirado ,
lava de vulcão
Sou arma de arremesso
Sou amizade
Sou também gratidão
Sou calmaria na tempestade
Sou raio,
chuva e trovão
Sou imensidão e desatino
Sou castelã sem castelo
sem príncipe nem senhor
Plebeia sem destino
Sou corrente de um rio
avassalador
Sou lágrima fácil
sorriso ainda mais
Sou ...
(EU)...sozinha
na multidão
em ais...
(EU)Adelina Charneca
02-09-2012
14.00h

Poeminha

Leva-me a voar no vento sem rasgar a alma A crescer d'alento nesta tarde calma Não soltes um ai Que se não apague Não pares e vai ...