terça-feira, 29 de novembro de 2011

Noites à lareira!...


Enquanto na lareira o fogo de labaredas alaranjadas consome e faz estalar a madeira,na minha mão borbulha o champanhe dentro de uma taça,suavemente como se as borbulhas fossem estalos do próprio lume e temesse que me queimem,aproximo-o dos lábios e sorvo em pequenos goles que ao tocarem o vermelho vivo do batom que lhe dá o tom do desejo os deixa  palpitantes.
Aproximas-te de mim e tombas a tua face na minha,outrora toda esta cena provocaria corpos em brasa que queimavam em lume brando,hoje todo o fogo deu lugar à tranquilidade que arrefeceu mas não morreu,quando a paixão dá lugar a boa camaradagem a uma terna amizade chama-se a isso amor,porque o amor é sempre o que fica depois de morrer tudo o resto,e quando o resto era muito ainda mais acontece.
__A labareda na fogueira termina por hoje,amanhã será um novo dia em que será necessário encontrar mais lenha e acende-la de novo!
Assim é a vida em todas as suas vertentes se não nos damos ao trabalho apaga-se a chama o calor esvai-se e ficam apenas as cinzas de algo que foi fulgurante e explendido terminando ingloriamente desfazendo as almas e as vidas dos protagonistas que poderiam ter  belas histórias que tudo tinham para arder e aquecer incessantemente em duas vidas convergentes;
__Ah,mas não vale a pena esmorecer pois na floresta há mais madeira à espera de ser recolhida por ti desejando ser queimada na tua fogueira da vida;
__Mas não esqueças nunca o champanhe bem gelado que eu tentarei  não esquecer o batom avermelhado...
(EU)
29-11-2011
22.20h

Somos...


Sempre soubemos que o que temos não nos trás nada de novo e na verdade ambos  apreciamos novidades,tu és  a minha novidade eu sou a tua expansão,somos dois bichos de contas,gostamos de nos mostrar mas chegadas as evidências escondemo-nos nas muralhas edificadas à volta do que já temos e não nos entusiasma ,antes nos bloqueia a ponto de as palavras se recolherem e aí ficarem escondidas e recalcadas até que finalmente encontram o seu espaço para correrem livres no seu leito de rio de encontro ao papel transportadas pela tinta,soltas nos vendavais que as fazem voar alto,tão alto que quando se soltam são do espaço azul de flocos de nuvens  de cor anilada dispostas aos montões espalhadas à toa esperando o seu momento de ''gloria''...
(EU)
29-11-2011
11.15h

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cumplicidades...




Formosa e bela azinheira
Sabes-me tantos segredos
Contei-te simples histórias
Ditas à minha maneira
Contando-as pelos dedos
Hoje já são só memórias
Da vida de uma criança
Essas memórias de mim
São apenas uma lembrança
No Monte onde cresci
Brincando no campo e na Eira
Lembro como se fosse hoje
Meu Monte da Amendoeira
Ah!como eu era feliz
Mau grado as dificuldades
Bebia a água da Fonte
Do Monte do Chafariz
Lá para os lados de Évora-monte!!!
(EU)
28-11-2011
15.00h

Fado ,''Lágrimas secas''...

 Hoje,
Segredei teu nome à chuva,
dela não tive resposta.
Contei-lhe tudo com medo,
disse-lhe o quanto me dói
querer-te e amar-te em segredo.

A chuva não me responde
caindo do céu sem parar,
forma lagos de carinho
onde  se afogam meus olhos.
Que se enchem  devagarinho.
de  lágrimas,sem chorar.
Vivem de chuva constante
escorre-me pelo rosto
vem de um tempo distante,
conheço-lhe  bem o gosto.

Hoje
Segredei teu nome à chuva
dela não tive resposta.
Contei-lhe tudo com medo,
disse-lhe o quanto me dói
querer-te e amar-te em segredo


Lágrimas secas de mim
Que escorrem devagarinho
caiem redondas no chão
espalham-se p'lo  caminho
vamos sempre  de mãos dadas
dentro de um coração
lágrimas secas apaixonadas
Formam lagos de carinho
e  escorrem devagarinho
numa ternura sem fim

Hoje
Segredei teu nome à chuva
dela não tive resposta.
Contei-lhe tudo com medo,
disse-lhe o quanto me dói
querer-te e amar-te em segredo
(EU)
27-11-2011
23.35h

domingo, 27 de novembro de 2011

Divagando...

A substância que me compõe a alma e povoa os meus desertos de sombras em que o tempo forma coágulos de sede por saciar ,cântaros que se enchem de palavras que me ensinam coincidências que o universo me dá...!!!

???????????????

Fixo os meus pés com força no chão e sinto a sombra girar à volta do ser que não sou ,do ter que não tenho,e da chegada que nunca partiu ,sombra bailarina que solta gargalhadas de gozo no vaivém do ritmo da dança que me tira a  lucidez e me provoca tonturas ,incertezas e angústia.
Angustiante é a espera pelo que não chega a mim,vindo de onde nem sei se haverá algo de substancial para sentir com os sentidos por onde não sei se vou nem sei se estou.
Os meus heróis soltam gemidos por se sentirem agrilhoados no meu pensamento,e nada mais me resta que libertá-los deixá-los ir  viver a liberdade plena ao vento e ao sol que os aquecerá até que se desfaçam em pó se espalhem pelas altas montanhas que existem em mim e finalmente repousem no cimo das altas árvores contemplando todo o espectáculo de tons salpicados de azul pleno de nuvens fofas coroado de verde em várias tonalidades.
(EU)
27-11-2011
19.10h

domingo, 20 de novembro de 2011

Dizer de tudo sem sentir compromisso com o tudo que digo...
__É isso que me apetece;
__Fazer de cada palavra um acto de amor em que se entrelaçam letras que falam desse sentimento tão sublime que foi  capaz de se deixar esmagar ...
__Mistura  de  afecto e ternura que agora  recebo através dos buracos do meu velho casaco que envergo para me proteger do imenso frio que me trespassa e perfura o ser,transformo-o  em escudo  ainda que não se note o esforço de não deixar passar mais perturbação e que lhe causou tal estrago,deixando-o assim irremediavelmente esburacado e à mercê dos olhares de compaixão...
(EU)
20-11-2011
19.45h

In(constante)

A rapidez com que as palavras passam e bailam em frente aos meus olhos faz-me acreditar que perdi o vocabulário de emoções e que ele deu lugar a um outro de frieza abstracta,vazia de sentidos que se fixa como se fosse rio de enchentes vagarosas com águas turvas e barrentas carregadas de lama dispersa à minha volta sulcando-me como plaina em mão de carpinteiro que perdeu as medidas da obra que tem em mãos.
Sai de mim o vocabulário perdido com as conjugações de verbos que desconheço e que não perdem a razão de existir assim mesmo desconhecidos.Conjugo amor com dor,e alegria com apatia,rimo esquecer com recordar e,amar-te com passado,só depois vejo que está tudo errado e não consigo perceber se o erro sou eu ou o que eu construo,castelos,muralhas,desertos,cidades ou campos floridos a perder de vista?!
(EU)
20-11-2011
19.ooh

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Deserto


Vive em mim um deserto que se alimenta de oásis inexistentes,pouco a pouco cola-se-me à pele uma sede que não consigo explicar ou traduzir,inundo-me de águas sorvendo-as com a concha da mão deixando escorrer gotas que me caiem aos pés como se pedissem perdão por não bastarem ao meu corpo sequioso...
(EU)
18-11-2011
22.30h

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sem...

Sinto-me como se fosse uma enorme casa vazia em que apenas o que a enche são destroços de uma batalha travada impiedosamente que estará supostamente vencida...
Tudo o que havia aí dentro foi esmagado,torcido,arrancado e sufocado até ao último suspiro,agora nada mais resta que uma bela lembrança do bater acelerado do coração,do calor que ora sobe ora desce ruborizando as faces,da ansiedade do toque mesmo apenas e só um toque de mãos,um olhar demoradamente tímido ou até do beijo que nunca existiu,do sonho de desejar o que não podia ser desejado,o sentimento de posse que se foi antes de ser,uma casa testemunha de sonhos sonhados ao vento,sonhos que de tanto serem sonhados chegaram a parecer reais,sonhos que não passaram de o ser...
__Sonhos!!!
(EU)
07-11-2011
18.30h

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Espero

As aves rodopiam em círculos apertados piando ruidosamente ,
como carnívoros sobre a carniça...
__Demonstram uma cegueira estranha e difícil de entender ,
tento abstrair-me da cena deprimente e concentrar-me nas palavras que insistentemente me surgem no pensamento.
Mas...
Não consigo dizer em tempo útil tudo quanto penso,
o pensamento supera e muito a velocidade da luz,
ultrapassa-me e não me espera,
preciso correr até alcançá-lo para que nenhuma palavra se perca.
__Vou no sonho das palavras,
concentro-me no voo das aves e nos seus círculos ruídosos,
sinto-me em cada uma destas piruetas,
as das palavras e as das aves e sinto a chegada acontecer por breves momentos.
Momentos!!!
Por momentos senti que tudo era obra do momento que em mim se fez vida
Espero em ti,em mim,em nós,
espero...
(EU)
02-11-2011
15.00h

Nuvens...

Nas nuvens leio o teu nome,
são tantas letras que me perco e de perder-me
me esgoto nos dias que terminam sempre iguais à forma como começam,
pensando-te
e sem poder alcançar-te
contento-me com a lembrança dos bons momentos,
das gargalhadas felizes que juntos demos
talvez de outras tantas que o futuro nos reserva___
Pinto os lábios de vermelho vivo e desafio-te a beijá-los
como se sempre o tivesses feito no tempo antes do tempo se esgotar em nós.
As vidas que nos foram permitidas lamentam-se das dores que lhe são infligidas
como se de auto flagelação se tratasse,
dão gritos de desespero
 arregalam os olhos
é a fome dos tempos que o tempo lhe impôs ...
Quero de ti tudo o que é meu
em ti resta tudo o que é nosso.
As nuvens já acordaram e jorram água
como se dois pulsos tivessem sido cortados
 com traços horizontais talhados em dor da alma
que me contas
e que te magoa daqui  até ao fim do mundo...
(EU)
02-11-2011
17.30h

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ruído no silêncio...

Quando o silêncio é maior
E a saudade é gigante
Sinto o ruído da dor
Doendo no dia,distante...
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No silêncio em que estou envolvida busco ruídos que possam trazer-te de volta ao meu espaço,
outrora ocupado por tanto do que me deixavas.
Outrora,
esse outrora pertence ao passado que teimo em manter vivo,
 como a chama sempre acesa do meu olhar que te procura com cansaço e sem alegria.
Um sorriso sem expressão sai de mim sem quase se fazer notar,
 é um sorriso triste demais para que se possa chamar assim.
Uma lágrima me rola na face de pele já madura ,
naturalmente madura,
seca como areia do deserto,
bebo de imediato essa lágrima que por ti corre em mim,
água salgada que me deixa doce e tranquila na espera do momento em que vamos juntar-nos de novo,
tudo se aquieta,
penso-te assim e tenho-te aqui!!!
(EU)
1-11-11
11-11h

Poeminha

Leva-me a voar no vento sem rasgar a alma A crescer d'alento nesta tarde calma Não soltes um ai Que se não apague Não pares e vai ...