quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Caem-me gostas de chuva no rosto
começo por conta-las mas,
de repente,
torna-se impossível prosseguir
a chuva caí e,...
fustiga as minhas faces com dureza
sem poupar traços,
e nos passos apressados
tropeço nos pequenos lagos formados na minha frente,
penso em chegar mas,
a pluviosidade impede-me de caminhar
esperas-me,
é a primeira vez que te vou ver,
e ...sinto muito,
vou chegar assim ...
assim,molhada até à alma,
e de alma molhada,
assim mesmo,
não disfarço a ansiedade
preciso de saber-te em rigor e com verdade,
encontrar-te faz parte de um sonho de longa data
sabes que te conheço(conhecemo-nos há anos)
e contudo nunca te vi,não te sei os traços,
entretanto,
a chuva, desfez-me o simples toque de baton que me coloria os lábios,
descolorida e molhada da chuva,
assim te encontrei,
não me negaste o abraço há tanto tempo prometido,
o nosso encontro foi apenas o reconhecimento do que era óbvio
do que era mais que óbvio,
será que o amor é óbvio,
será?
Adelina Charneca*
 
Às vezes,
muitas vezes,
escrevo palavras para ti
para ti,
que me lês e que eu tenho sempre aqui comigo...
escrevo-te mas,
nunca sou clara nas palavras
faço rodeios.
viro na primeira esquina,
à direita,
à esquerda,
escondo-me por detrás de subterfúgios banais
assusto-me,
e intimido-me de dizer-te tudo por A mais B ,
de A a Z ...
ai se eu pudesse,
se as minhas mãos ao deslizarem pelo teclado me denunciassem,
se elas por verdades tudo o que eu sinto ao mundo anunciassem...
não posso ,
não sei,
não quero,
mas...
assim mesmo,
quero que saibas que sempre nos meus dias te espero,
cautelosamente,
com suavidade,
e até ver,
com a minha''quase''verdade!
Adelina Charneca
 
A tarde trás-me melancolia
encho-a de palavras gastas
e sopro-as todas para ti
direitas ao coração
não as quero de mão em mão...
escrevo palavras ao vento
pinto-as de sentimento
selo-as na minha boca
e partem em correria louca
deixo-as no teu ouvido
na esperança que ouças
e lhe encontres sentido.
Nas minhas palavras
que viajam sobre o tempo
gastas
pintadas
seladas
deixadas
estão
ausência e saudade
presença e verdade!
Adelina Charneca*


É na alma e da alma que nascem os sentimentos mais profundos
é no peito e para o peito que todo o amor se põe a jeito
é em ti e em mim que tudo nasce e tudo morre
é por mim e por ti que os dias passam iguais
é em nós que o amor nasce e vive ...
é por nós que o mundo corre
é assim que não estamos
assim na distância,
assim na saudade
é assim que tudo é verdade
Adelina Charneca

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Busco em cada canto da casa
e só encontro vazio...
sinto em cada vez que te falo
uma tristeza,
ou uma espécie de frio
não quero que notes o meu cuidado
que não te sintas por mim sufocado
és livre,
sou livre,
as asas levam-me em voo picado
sobre os pensamentos tresloucados
desejo de aventura,
no tempo que em nós não perdura
desejo de perder o desejo
e avançando para ti,
roubar-te um beijo!
Adelina Charneca

domingo, 12 de outubro de 2014

...trago em mim uma tão grande curiosidade ,
que a sinto morder-me a alma,
e de alma mordida ,
salgada,
de sabor amargo a ervas campestres ,
pisando um coração que sangra ,
sigo...
sigo amando em nós,
de vermelho sangue ,
a rosa sem espinhos,
que afaga a minha vida desfeita de ti ,
nas minhas noites...
de amarfanhar o colchão a sós!
Adelina Charneca

quinta-feira, 9 de outubro de 2014




Cultivo a tarde sem despedir o dia e saudar a noite
espero -te no mesmo lugar de sempre
abraço a espera do teu beijo no meu,
e sorrio, ao balançar do coração apaixonado
que bate em compasso assustado
as palavras são estranguladas de silêncio
no vocabulário do medo de amar-te
e na ausência de ti em  mim,
quero-te para sempre,
como a  terra quer a semente
bailaremos juntos ,
a valsa eterna de notas musicais sem dó
agarrados como gémeos sem alma comum,
mas siameses sem separação
assim me diz o coração!
Adelina Charneca

Chove lá fora sabes?
E o curioso é que tanta água não lava a saudade,
a maldita saudade que tenho de ti
a saudade de nunca te ter visto antes
a grande saudade que é desconhecer-te...
maldita,
amarga,
triste,
solitária,
dolorosa...
saudade!
Adelina Charneca

quarta-feira, 8 de outubro de 2014


Entre o sonho e a realidade:
Sem querer hoje recordei,
tudo o que nunca vivemos juntos,
os olhares furtivos,
os sorrisos atrevidos...
aqueles beijos de loucura tingidos
lembrei as noites despertas de conversas infinitas
todo o tempo que decorria entre um abraço ,
um beijo e uma gargalhada feliz
aquelas madrugadas em que te acordava
e me abrias os braços onde me aninhava mimada
o anoitecer com um chá quente entre as mãos
a tarte de maçã com canela que eu fazia nas tardes frias dos invernos da nossa vida não vivida,
lembrei de tanta coisa que não vivemos juntos,
as manhãs de café fumegando na mesa
as corridas furtivas antes das saídas até aos teus lábios para um ultimo beijo de adeus até à noite...
lembrei,
estás sempre na minha lembrança
sempre ,como se fosses real
aqui ,
tu no meu coração,
tu...tal e qual!
Adelina Charneca



O pensamento voa,
nas asas da saudade
liberta ausências
sustenta desejos
rouba-me beijos...
o pensamento ,
leva a vontade
oculta a verdade
finge não ver
cala o saber
o pensamento
o sentimento
no momento,
tu...
no pensamento!
Adelina Charneca

terça-feira, 7 de outubro de 2014


Eu só estava de passagem,
mas vi-te,
e detive-me na viagem,
estava para me ir embora,
mas vi-te, ...
e fiquei contigo ,
vendo o dia que hoje chora,
até um dia,
ate outro dia,
se o sol não vier hoje pinta-o de mil cores,
as cores da alegria.
Adelina Charneca

quinta-feira, 2 de outubro de 2014


Não há poema que me valha,
se tu não me queres ouvir
não há sorte que me ajude
nem dormência ,nem sentir
não há horas para a saudade
nem dias para chorar
há sorrisos meus para ti
e muito tempo para amar
poesia são palavras
emoções que não senti
tristezas são estados de alma
as caricias são calmantes
os beijos são como rosas
carinho de dois amantes!
Adelina Charneca

Poeminha

Leva-me a voar no vento sem rasgar a alma A crescer d'alento nesta tarde calma Não soltes um ai Que se não apague Não pares e vai ...