domingo, 6 de outubro de 2013

Num tempo...sem tempo.


No recato de um concerto de câmera com a plateia em número reduzido olho-te de frente e a direito mas,não suporto o peso do teu olhar que me obriga a pestanejar ...
notas o meu embaraço e surpreendentemente...
atiras ao meu ouvido palavras que de algum modo já conheço,
uma a uma,declamas  em surdina um poema com algum peso...
Poema meu,decorado por ti,
poema que ninguém leu e...
de repente...
é quem eu não esperava que o diz.
O tempo já passou por nós implacável,
de nada nos servirá esse tempo dos beijos  que nunca demos,
ele,o tempo está prenhe de sonhos correndo  neles desenfreado,e eu..
corro nos sonhos já sem tempo...
amiúde,o tempo já não me deixa sonhar...
invento eu um tempo que apenas é possível se for criado por mim...
zangada com o hoje,retiro-me...
é que...
poderá ainda o tempo dar-me momentos que me voltem na memória e me prolonguem no amanhã o hoje,
 e...
me façam viver o presente no sonho da hipótese  do amanhã...
no final...
sempre haverá alguma doçura  e desejo pelo que não chegamos a provar!!!

Adelina Charneca

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