No recato de um concerto de câmera com a plateia em número
reduzido olho-te de frente e a direito mas,não suporto o peso do teu olhar que
me obriga a pestanejar ...
notas o meu embaraço e surpreendentemente...
atiras ao meu ouvido palavras que de algum modo já conheço,
uma a uma,declamas em
surdina um poema com algum peso...
Poema meu,decorado por ti,
poema que ninguém leu e...
de repente...
é quem eu não esperava que o diz.
O tempo já passou por nós implacável,
de nada nos servirá esse tempo dos beijos que nunca demos,
ele,o tempo está prenhe de sonhos correndo neles desenfreado,e eu..
corro nos sonhos já sem tempo...
amiúde,o tempo já não me deixa sonhar...
invento eu um tempo que apenas é possível se for criado por
mim...
zangada com o hoje,retiro-me...
é que...
poderá ainda o tempo dar-me momentos que me voltem na
memória e me prolonguem no amanhã o hoje,
e...
me façam viver o presente no sonho da hipótese do amanhã...
no final...
sempre haverá alguma doçura e desejo pelo que não chegamos a provar!!!
Adelina Charneca
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