quinta-feira, 29 de outubro de 2015
POR FIM
...e por fim consegui libertar-me da escravidão que era amar-te,
da dor que era pensar-te,
e até dos sonhos que sonhei
que pouco a pouco me matavam
pouco mais existe em mim
que alguma lembrança de tanto mal que me fizeste,
pouco mais ficou de tanta promessa por cumprir
que uma ténue indiferença,
não vale a pena tentar recordar,
a minha memória apagou-te,
trucidou o teu olhar,
a tua voz ,
e tudo que havia para esquecer de nós,
por fim, posso caminhar e olhar em frente
agora ,é viver a vida renovada
a alma sorri,
e o coração alegra-se sem ti
por fim
por fim!
Adelina Charneca
O MEU SORRISO//
Nesta vida atribulada/
que se vive hora a hora/
troca-se a vida por nada/
uma escondendo a outra/
Uma mão e outra mão/
abençoam o nosso dia/
falamos de coração/
e temos a alma vazia/
Nunca pensando em mais nada/
vivo o dia tristemente/
falta-me tudo,e faltando/
ardo em lava incandescente/
As coisas boas da vida/
dizem ser filhos e netos/
Eu cá vivo em pedaços/
E em silêncio grito aos ventos/
Abóboras para esta vida/
p'ra não dizer coisas feias/
sinto a dor e a alegria/
cada qual em meias meias
Se a vida requer saber/
eu não pedi para cá vir/
viver nascer e morrer/
nada disto eu escolhi/
Acerto a dor com o riso/
como os ponteiros do relógio/
uns mais curtos do que outros/
saber tudo sem ser preciso/
penas que passo são ferros/
cravados no meu sorriso!/
Adelina Charneca
E então,
então passa o vento,
passa a nuvem escondendo o sol,
passa o dia e chega a noite,
chega a saudade ,
a saudade de não estar,
de não estar onde não chego,
onde não estou mas,
onde quero estar,
no sol,
nas estrelas lá no firmamento,
na lua,
na noite e no vento,
estar sem estar,
e não estando estou,
estou sempre no sonho
no beijo nunca beijado
na noite e no dia
mais desejado.
Adelina Charneca
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Isto não é um adeus
é apenas um até logo
um até já
um não sei quê de tristeza
que invade o meu coração
um não sei quê de vazio
que não me cabe na mão
qualquer coisa de entranhável
sem ser de todo palpável
entra em mim sem que o queira
invade-me de melancolia
qualquer cosia que inebria
sensações de brandura e cor
que dói ninguém cura
e se faz em mim
um suave amor
Adelina Garrido Charneca
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