segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O dia sete...


O Dia Sete...
Sete amores,
sete vidas,
sete luas,
sete sóis,
sete dias...
sete... sete... sete,
é o numero que me vive na cabeça
persegue-me desde o dia em que nasci,
e eu pergunto?
mas porque é que não haveria de ser um oito(8)???
Um oito(8) seria muito mais consentâneo com a vida no momento,
acordava pela manhã e pensava, oito(8)
vivia por todo o dia e seria um redondinho oito(8),
anoitecia e dormia feita num oito(8),
assim toda a realidade seria muito mais verdade,
verdade do dizer,
verdade do fazer,
verdade do ser oito(8)...
De sete passaria a pensar como um oito(8)...
Sou uma mulher que às vezes sabe o que quer,
penso-me por breves momentos,
vejo-me completa e repleta de bons sentimentos.
Sou a mulher que sabendo o que quer,
continua sem ter...

(EU)
31-10-2011
21.30h

Gente...

Na minha frente vejo rostos desconhecidos mas em tudo parecidos ,
parecidos na luta ,nas tristezas,nas alegrias
rostos de sinais que o tempo amargou ,
vivem no presente que se esgotou,
na esperança de um futuro
que alguém anunciou.
Rostos de gente desconhecida ,gente que teima em sorrir ,
sorrisos abertos para além do sentir.
Alegro-me com tantos sorrisos em meu redor
transformo-os sem querer em centelha de amor,
teimosa sou eu que insisto na busca do ser ,
mesmo cansada de tanto viver ...
Consinto que me sorriam ,
façam-no por favor,
que é o melhor do meu dia
a hora que aquieta a minha alma vadia
Alma vadia cansada de querer
que deseja somente
outra alma colher...
(EU)
31-10-2011
18.30h

A montanha...e a cidade!!!

As montanhas secas do meu olhar esperam tempo fértil,
tempo de amar ,
tempo de esperar que o tempo faça e me desafie a ter tempo.
Quando subo e me esgoto na canseira da caminhada
janelas de vidros sujos se colocam a meu lado na subida enfraquecendo-me a vontade.
O meu olhar estende-se por montes e vales como se quisesse guardar todas as imagens que pouco a pouco vão surgindo ,
gente apressada aos tropeções e aos encontrões ziguezagueiam pelo caminho de encontro uns aos outros ,
olhos semicerrados virados para a montanha
sigo  na vagarosa subida e encontro o prazer do presente
que me aguarda no futuro .
A noite cai sobre a cidade,
centenas,milhares,milhões de luzinhas piscam na escuridão que se abate sobre a minha cabeça ,
não estou habituada a esta iluminação,
necessito de mais luz,
 imagino lá longe o voo dos melros e o piar das aves nocturnas
o voo do morcego ao anoitecer também me vem à memória ,
sinto de súbito uma vontade imensa de chegar ao meu destino !
Destino?
Mas afinal quem sabe onde é o meu destino?
Julgo sabê-lo ,
mas são tantas as duvidas que me assaltam o pensamento
que chego a ter duvidas deste meu desejo no momento,
e no momento sigo na escuridão que a cidade me dá ,
e a cidade sufoca o meu presente sem futuro.
Mais uma paragem,mais uma saída ,mais umas entradas e...mais,mais,mais...
E eu por aqui na cidade,sem sinais,
O mais absoluto silêncio,
levanta uma espécie de vidraça à minha volta ,
embaciada pela minha respiração assustada.
Apenas um pensamento...
Ser feliz na chegada!!!
(EU)
31-10-2011
17.30h

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Segredos

No jardim do olhar com que me cercas ouvem-se vozes de espanto e segredos de amor partilhados por entre a folhagem ferozmente açoitada pelo vento que se cruza soprando em todas as direcções.
Os recantos de mim visitados por ti ,onde te escondes e colhes constelações de estrelas de todas as galáxias e de todas as cores querem-te em floreiras e maciços de beijos e abraços de desertos da alma de te ser e de me ser...
(EU)
27-10-2011
00.00h

Lisboa sem ti...

Entrei em Lisboa e senti que Lisboa sem ti é pouco mais que uma cidade desmembrada,falta-lhe um amor sublime,um amor que a possui sempre e todas as vezes que percorre a sua calçada portuguesa torta de tanto ser pisada,tu que a amas e a descreves como tantos outros seus anteriores amantes já o fizeram,Lisboa tem este mistério de ser amada por séculos e séculos sempre com a mesma paixão que deixa louco de ciúmes o seu eterno namorado''o Tejo''.
O homem das castanhas já faz sentido as temperaturas amenas deram lugar à aragem fresca circulando pelas suas intermináveis ruas sempre apinhadas de gentes que a observam em cada pormenor,em cada porta ou cada janela,em cada monumento ou até nas gentes multirraciais que por lá circulam em qualquer bairro ou avenida pois Lisboa é assim deixa-se possuir por quem a ama e dá-se sempre com um brilho cheio de encanto e deslumbramento,mas...Lisboa sem ti fica muito vazia,fica uma Lisboa absolutamente nua de ser e de sentir.
Vem-me à memória um poema de O'neil ...
__Se uma gaivota viesse,
trazer-me o céu de Lisboa
Num desenho  que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma ave que não voa
 esmorece e cai no mar...etc...etc...
Sinto uma Lisboa com saudades,com despeito por ter sido deixada sem a tua companhia,sem a tua presença apaixonada e sempre à descoberta da sua misteriosa personalidade,e eu uno-me a ela nessa saudade e percorro estas ruas como se estivesses a meu lado e me levasses a conhecer cantinhos únicos e encantadores que só tu conheces e que descobres fascinada,pois quem é fascinante como tu sempre se deixa fascinar ...
(EU)
24-10-2011
17.30h

Da minha velha infância


(Reeditado)


(Ontem em viagem de comboio entre Azambuja e Sintra recordei e disse ao meu pequeno bloco de notas o que me ia na alma,ele escutou-me e sem correção aqui está o que lhe confidenciei)

Trago comigo os sabores e os cheiros das cozinhas do Alentejo,as carnes curadas cozinhadas em grandes panelas de um peso inusitado colocadas estratégicamente ao redor de um lume que ardia numa enorme chaminé,das ervas aromáticas do forno a lenha de onde vinha  um explêndido aroma a pão quente acabado de cozer sorvendo o azeite derramado sobre ele,o sabor das tibornas que comia sentada ao lume trago  muito do Alentejo  dentro de mim talvez um Alentejo que só existe no meu imaginário,mas é  o Alentejo da minha meninice aquele de que tenho saudades,aquele que podia ter sido e não foi,o Alentejo do mistério que ficará para sempre por desvendar.
Diria que é o meu Alentejo''meu''por ser fruto da minha imaginação(não por exacerbado bairrismo)...recordo ainda as paredes caiadas e a frescura que delas emanava,os cantes dos ranchos de gente trabalhadora cantando modas ao desafio escutadas  ao longe ora nos dourados  trigais ceifando as espigas  ora nos gélidos olivais apanhando a azeitona,sorvendo água do cocho refrescada em cantaros de barro ou chegando-se ao lume feito no chão para aquecer um pouco as pontas dos dedos que no contacto com a terra gelada cuidavam de congelar,o cantar dos passarinhos ou até o incitamento do homem à parelha que trabalhava a terra.O voo da águia sempre me encantou,julgo ser desde então que a invejo na sua altivez e possibilidade de se assenhoriar de todo o céu azul que por estas terras de sonho tem um azul muito mais acentuado.Trago ainda bem presente as cores e o monte da minha infância,aquele que 1º ficou marcado na minha memória e ainda hoje tantos objectivos depois continua bem vivo em mim,o Alentejo e a sua imensidão é o que mais me alargou os horizontes me fez este ser que não se contenta com olhares curtos e estreitos.
(EU)
01-09-2011

Chuvas de Outono

Águas revoltas de um  rio
que corre em mim sem parar
à deriva de me sentir,
correndo,
em golfadas que vão desaguar no mar
rápidas,
quase não me dando o ensejo de senti-las
devorando-me e diminuindo-me qual onda galgando a falésia
 levando-a consigo arrastada pelos cabelos de areia
soltos ao vento,
em nós de espuma de água salgada no meu olhar de esperança de te viver.
Em  comunhão com a vida
essa que te pôs no meu caminho ,
essa vida que despertou em mim fora de tempo
o crescer de um sentimento .
Como se folhas tardias em troncos secos pudessem dar frutos?!
(EU)
25-10-2011
16.00h

Poeminha

Leva-me a voar no vento sem rasgar a alma A crescer d'alento nesta tarde calma Não soltes um ai Que se não apague Não pares e vai ...