sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Todas as manhãs são Outono.


...todas as manhãs escuto a tua voz...
em todos os lugares onde vá...
...assaltam-me as lembranças de nós...
...em todas as musicas que escuto..
estás...
o tempo passa e o teu perfume...
permanece...
o relógio implacável marca o tempo a correr...
há que esquecer...
esquecer para poder viver...
...o cair da folha nas árvores...recorda-me,
que...
em cada final sempre existe um renascer...
o eterno é efémero...
o efémero já nada é...
resta...
nada resta...
só ...só recordações...
recordações e soluços...
soluços escondidos...
na garganta ...nos olhos...
nas mãos vazias...
nos pés que estão sem caminho...
nos cabelos ao vento,
ao vento...
esse vento que sussurra ao meu ouvido
palavras que não entendo...
não quero entender o que me diz...
nem que me leve mais onde já fui feliz...
...neste lugar desconhecido é onde fico...
e o vento insiste e repete...
...o teu nome...???
Adelina Charneca*

domingo, 22 de setembro de 2013

Esperançosa...


Algo se passa
que ultrapassa tudo que seria razoável...
há algo que me anima
e que me está a manter
em cada dia ...
algo que não me deixa cortar...
esta espécie de cordão umbilical
que não quero sentir ...
sentir...sentir...
que seja amor...
o que procuro
que seja amor...
tudo o que busco
que as estrelas e o universo se unam
para fazer encontrar...
tudo o que foram as estrelas e o universo que juntaram...
Amo o mundo assim descrito ...
amo tudo...tudo...tudo...
amo sim ...
e lá no fundo...
fazes-me ter saudades ...
daquela ribeira...
daquele lugar
onde um dia nos havemos de encontrar...
um dia que seja de lua luar!
Adelina Charneca*

sábado, 21 de setembro de 2013

Tormenta


...navego em lágrimas de solidão..
faço escala em velhos portos desactivados...
cruzo-me com icebergs...
monstros marinhos...
e outras tormentas,
...todos no meu caminho alinhados...
levanto a ancora...
desenrolo a vela...
faço-me ao mar...
remando ,incansável...
até uma ilha deserta...
árida...pouco ou nada fértil...
ao alto ergo um coração...
para me dar alento,apoio e atenção...
...mas ergo-o em estacas frágeis...
ele não suporta o peso da sua missão...
e então...
coração frágil...
dispenso-te...
afinal...
fico só com o meu...
mais forte e mais ágil...
mais só,mas mais doce...
vai-te e sai de mim...
deixa as frágeis estacas ruírem de vez...
deixa...
em algum canto guardado
estará um coração como o teu...
descomandado!
Adelina Charneca

terça-feira, 17 de setembro de 2013

POESÍA DE MUJERES: ¡EN EL PARQUE!

POESÍA DE MUJERES: ¡EN EL PARQUE!: ¡EN EL PARQUE! En cada calle un beso En cada estrella un deseo Por cada mirada una complicidad En cada sonrisa un mundo de verda...

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Meu eterno sempre...


...que em mim haja sempre esse amor...
que em ti nunca mais haja dor...
que em nós haja palavras de consolo...
que a vida nos permita...
...nos permita a eternidade
a tua e a minha...
...que eu seja eterna
que tu sejas eterno...
eterna num coração
no teu coração
eterna numa vida
eterno na minha vida
num amor
o meu amor
num olhar
no teu olhar
eterna com uma  mão na minha
...a tua
um  beijo no meu
o teu...
eterna poesia
a minha e a tua...
a meu e teu  lado
os dois
todos os dias ...
 até à eterna eternidade...
nosso eterno...
sempre!!!!!

Adelina Charneca*

domingo, 15 de setembro de 2013


...já me encaminho...
em absoluto equilíbrio em direcção ao luar...
...já sonhando...ainda acordada...
em sonhos de não despertar...
...já vou voando...sem direcção ...
a inventar um coração...
Um coração não se inventa...
ou nasce connosco ou ...
ou...sem coração a dor não se lamenta...
Custa-me aceitar...
mas...
agora
é mais fácil acreditar...
em jogos de sonhar...
sem princesas de encantar...
sem sapatinhos de Cinderela...
mas...
com abóboras...
e fadas espreitando à janela...
visões ...
atordoamentos...
dores sem bons sentimentos!
Adelina Charneca

sábado, 14 de setembro de 2013

O luar da minha cama


O  sono desapareceu
Ficou no meu quarto a lua mais eu
Na cama a sós comigo
Espreita alada pelo postigo
A lua feiticeira
Espreita-me matreira
Por entre a vidraça
Veio ver o que se passa
Assiste à solidão
De um pobre coração
Pode ser  que ria
Até nascer o dia
Ou talvez chore
E amanhã melhore
Lua  lua...porque me olhas daí?
Lua...minha companheira na solidão
Leva um doce olhar
A um solitário coração
Que chora por alguém
A quem não sabe amar
Chorando o pressinto
Lua...nesse teu brilho de pasmar
Minha lua airosa
Cegas-me de amor
Através das vidraças
Com muito fulgor
Lua...
Minha doce lua...
Companheira de infortúnio
Companhia minha
Companhia sua...
Ainda que chores
Logo de manhã
Chega o teu amor
Que te cega de luz
O meu não virá
Qualquer outro amor o conduz.

Adelina Charneca

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Ela...


 ...ela é  apenas uma mulher  que...
em vez de sangue nas veias,
tem...
letras que transforma em palavras e...
muito amor...
que sente em conjugações quase perfeitas...
que poderão ou não chamar-se ''POESIA''...
um poeta ama com muito mais intensidade
mas também quer ser amado com mais intensidade.
Ela sabe  que quem a souber amar será igualmente muito amado...
sabe bem  o que tem  dentro de si,
e sabe o que diz  muitas vezes com um simples olhar...
quando as palavras andam presas...
a angustia poderá  afrontá-la
mas depois...
quando chega a inspiração
elas fluem...
como o caudal de um rio que corre sem parar...
sem parar...
sem parar!
Adelina Charneca 

Poeminha

Leva-me a voar no vento sem rasgar a alma A crescer d'alento nesta tarde calma Não soltes um ai Que se não apague Não pares e vai ...